Saúde
Médico relata experiência em orientar pessoas no tratamento inicial da Covid-19
O médico salienta que não existe nenhum estudo científico comprovando a eficácia desse tratamento, mas diz que existem exemplos de vários municípios do Brasil, como Porto Feliz em São Paulo e Serra Talhada em Pernambuco.
10/07/2020 às 16h57, Por Maylla Nunes
Daniela Cardoso e Ney Silva
O tratamento precoce em qualquer doença é muito importante e na maioria dos casos pode evitar o agravamento dos problemas e até a morte. Com a covid-19 não é diferente. Médicos de todo o Brasil estão unidos para orientar a população na fase inicial da doença. Em Feira de Santana alguns médicos estão trabalhando de forma voluntária com esse objetivo. Leopoldo Correa, médico especialista em ultrassonografia, explica como é feita essa orientação.
Leia também: Médicos feirenses se unem para ajudar pessoas no combate ao coronavírus através do tratamento precoce
“É o trabalho de um grupo de profissionais que está espalhado no Brasil inteiro na tentativa de ajudar. Aqui em Feira de Santana tenho tentado ajudar as pessoas que me procuram via whatsapp, tentando orientar, tentando identificar os sintomas, tentando ver se pode ser ou não a doença e tentando passar as medicações com orientações da forma correta de tomar e sempre pedindo que qualquer coisa, um médico presencial é necessário. Na medida do possível, quando posso, estou ajudando as pessoas”, afirmou.
Ele disse ainda que deixou disponíveis vídeos nas redes sociais com orientações para a população, por considerar importante o tratamento da doença na fase inicial. Leopoldo Correa afirmou que prefere tratar os pacientes com remédios que não tem tantos efeitos colaterais e que podem diminuir a multiplicação do vírus no organismo e fazer com que a doença seja de uma forma mais branda.
O médico salienta que não existe nenhum estudo científico comprovando a eficácia desse tratamento, mas diz que existem exemplos de vários municípios do Brasil, como Porto Feliz em São Paulo e Serra Talhada em Pernambuco, onde, conforme relatou um colega implantou o protocolo na prefeitura municipal e depois disso nenhum paciente foi hospitalizado nem morreu da doença.
“A gente defende que o protocolo seja utilizado com sintomas, a pessoa não deve esperar resultado de exame. A pessoa que tem febre, dor de garganta, dor de cabeça forte, perdeu o paladar, o olfato, deve procurar um médico para que seja conversado a possibilidade de ser a doença e começar o tratamento. Não se espera exame, pois demora e esse tempo pode ser crucial entre a pessoa evoluir bem e ou não”, disse.
O médico falou ainda com relação ao desespero de algumas pessoas que estão correndo para fazer exame de detecção da covid-19. Ele lembra que o exame é caro e que as pessoas devem ter calma, já que existe um tempo adequado para a realização do exame.
“O exame de furar o dedinho só mostra se a pessoa teve ou está tendo o vírus, mas existe muito falso negativo ou falso positivo, então recomendo calma. Não faça o exame por conta própria, pois o médico é quem deve recomendar quando deve se fazer”, alertou, acrescentado que ele não está aguardando o resultado dos exames para iniciar o tratamento nas pessoas que apresentam os sintomas.
“As pessoas que tem me procurado, tenho passado as medicações, sempre com orientação, informando que ela tem que ter consciência que aqueles remédios não estão aprovados para aquele tratamento, mas os exemplos tem mostrado que esses remédios têm tirado as pessoas de uma provável evolução ruim. Os principais remédios são ivermectina, hidroxicloroquina e azitromicina. O médico tem o direito de prescrever ou não. Alguns colegas não concordam e eu respeito. Mas a população tem direito a uma segunda opinião. Eu tenho direito de prescrever e o paciente tem o direito de tomar ou não. Cabe aos gestores públicos disponibilizar as medicações, principalmente para as pessoas mais humildes”, defendeu.
Ele afirma que as pessoas mais humildes são as que mais podem sofrer, já o valor desses medicamentos nas farmácias aumentou muito desde que se iniciou a pandemia. Leopoldo Correa exemplificou que a hidroxicloroquina era vendida a 400 reais o quilo e hoje custa mais de 8 mil reais.
O médico também alertou para a automedicação. Segundo ele, a dexametasona, que é um remédio que estão dizendo que salva vidas, realmente pode salvar vidas, mas dentro do hospital. Ele destaca que as pessoas não devem tomar esse remédio, pois o uso indiscriminado pode matar mais do que a doença e destaca que é necessário sempre ouvir a opinião de um médico.
O médico informou ainda que pela experiência que está tendo a recuperação dos pacientes está sendo rápida, em 24 a 48 horas, quando os sintomas já começam a sumir.
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