Política
Comissão do Senado convida ministro da Saúde para explicar testes da covid-19 perto de vencer
Requerimentos (REQ 79 e 80/2020) para ouvir o ministro foram aprovados nesta terça-feira (24) na comissão do Congresso Nacional que acompanha as medidas do governo federal de enfrentamento à pandemia.
24/11/2020 às 17h36, Por Brenda Filho
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi convidado por deputados e senadores a explicar a denúncia de que o Brasil corre o risco de perder, por data de validade, 6,86 milhões de testes para diagnóstico do novo coronavírus, os chamados RT-PCR. Requerimentos (REQ 79 e 80/2020) para ouvir o ministro foram aprovados nesta terça-feira (24) na comissão do Congresso Nacional que acompanha as medidas do governo federal de enfrentamento à pandemia. A audiência pública com Pazuello ainda será agendada, mas a expectativa do presidente do colegiado, senador Confúcio Moura (MDB-RO), é de que a reunião ocorra até o dia 7 de dezembro. "Vai ser, talvez, dia 7, dia 4; vamos agendar", disse Confúcio durante a reunião desta terça-feira. A denúncia sobre os testes foi feita no domingo (22), pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a matéria, o Ministério da Saúde tem 6,86 milhões de testes tipo RT-PCR que devem perder a validade até janeiro de 2021 e ainda não foram distribuídos para a rede pública. Em nota, a pasta alega que aguarda parecer para "esticar" o prazo de validade dos testes que estão estocados em um depósito em Guarulhos (SP). Os testes teriam custado R$ 290 milhões à União. Autor de um dos requerimentos, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) cobra explicações. Para ele, é necessário saber por que o Ministério da Saúde não consegue distribuir os testes aos estados e municípios, causando enormes prejuízos à população, que, muitas vezes, precisa pagar pelo teste. “Sem testagem, as ações de combate à pandemia ficam mais complicadas, difíceis de serem adotadas medidas eficazes”, observou o parlamentar. O RT-PCR é um dos exames mais eficazes para diagnosticar a covid-19. Na rede privada, o exame custa de R$ 290 a R$ 400. A notícia dos testes armazenados e próximos do fim da validade chega em um período de aumento dos casos no país, conforme aponta a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), que também apresentou requerimento cobrando explicações do governo: “Mesmo com o horizonte de diversas vacinas, não podemos desperdiçar mais de 6 milhões de testes de covid-19 que custaram R$ 290 milhões. Com a curva de mortes subindo e o aumento de ocupação de UTIs, não podemos perder a chance de continuar testando a população contra o vírus”, apontou a parlamentar em sua conta em uma rede social. O Brasil teve 169.541 óbitos e 6.088.004 diagnósticos de covid-19 segundo dados atualizados na segunda-feira (23) por consórcio de veículos de imprensa. A média móvel de mortes no país nos últimos sete dias foi de 496. A variação foi de 51% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de alta nas mortes por covid-19. As informações são da Agência Senado.
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