Política
'Tirar o dinheiro da mão do povo vai agravar mais a economia', diz Otto sobre reforma da Previdência
Na avaliação do pessedista, se o texto for aprovado, o trabalhador é quem pagará a conta.
28/04/2017 às 16h07, Por Brenda Filho
O senador Otto Alencar (PSD) foi enfático, em entrevista à Tribuna da Bahia, ao dizer que não votará na reforma da Previdência do jeito que está. Na avaliação do pessedista, se o texto for aprovado, o trabalhador é quem pagará a conta. “O relatório de Arthur Maia desfavorece o trabalhador. Modificou alguma coisa, sobretudo na aposentadoria rural. Mas em uma época de crise dessa, de desemprego e queda de arrecadação, tirar o dinheiro da mão do povo vai agravar mais a economia. Tirar o poder de compra do povo é diminuir a arrecadação. Como vai penalizar quem está na ponta? O trabalhador é culpado pela roubalheira da Petrobras? O trabalhador não vai pagar essa conta com o meu voto”, declarou, acrescentando que a reforma não deve passar no Congresso. “A pauta é muito antipopular e não vai ter voto para aprovar a reforma da Previdência”.Questionado sobre a reforma trabalhista, aprovada na Câmara dos Deputados, Otto também demonstrou resistência ao projeto, mas admitiu que pode votar a favor caso mudanças significativas sejam realizadas.“A reforma trabalhista vai agora ao Senado, onde certamente vai ser modificada. Tem coisas que foram aprovadas na Câmara que no meu entender vão estourar do lado mais fraco, que é o trabalhador. Nem todo trabalhador brasileiro tem escolaridade alta para ler um contrato de trabalho e entender ele todo. Os que têm menos conhecimento e não têm assessoria podem entrar em uma situação precária de trabalho”, acredita.“Vou contestar o relatório. Posso até votar a favor, mas tem coisas que precisam ser modificadas. O problema é que se for alterado no Senado, volta para a Câmara, que pode querer manter como está. Como está não voto”, pontuou.O parlamentar também comentou a PEC que colocou fim ao foro privilegiado, que também defendeu.“Ontem, na Comissão, os senadores que estavam resistindo ao fim do foro e perceberam que o Supremo vai votar isso no dia 3, e provavelmente acabar com o foro para os crimes comuns, resolveram apoiar. Já defendo isso há muito tempo. Sempre achei um absurdo ter cidadão de primeira e segunda categoria, até porque quem dá o mandato é o povo. É uma total incoerência da Legislação brasileira”, assinalou.Em relação à lei que tipifica o crime de abuso de autoridade, Otto justificou seu voto favorável diante das alterações feitas na proposta. “Depois que ouvimos representantes do Ministério Público e do Poder Judiciário, retirou-se do relatório de Requião a hermenêutica, ou seja, a interpretação da lei pelo juiz. Era o ponto mais polêmico. Foram retirados também outros artigos”, concluiu.
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