Feira de Santana
Presidente do Tribunal Regional do Trabalho relata pontos positivos e negativos da reforma trabalhista
De acordo com ela, existe um novo ordenamento jurídico trabalhista, a consciência, a inteligência e a participação dos trabalhadores e sindicatos poderão dar um rumo mais positivo para a sociedade.
17/07/2017 às 16h10, Por Rachel Pinto
Rachel Pinto
Atualizada às 23:15
Foi aprovada depois de conturbada sessão no senado na última terça-feira (11), o projeto de Lei da Câmara Federal que trata da Reforma Trabalhista e que altera mais de cem pontos da consolidação das Leis do Trabalho (CLT) . A presidente do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da quinta região, Maria Adna disse que o judiciário trabalhista está analisando todos os pontos da reforma e, segundo ela, o trabalhador terá muitas perdas.
“Eu acho que nós temos que ter como referência a nossa Constituição Federal de 88 para servir como balizador quando ela prevê a dignidade, do trabalhador, a dignidade do cidadão. Se a reforma trabalhista não estiver de acordo com constituição, claro que não pode sobreviver. Então é um ordenamento jurídico. Não temos ainda uma noção do que vai ser bom e do que vai ser ruim. Há preocupação e nós devemos estar atentos, até para ter interlocução com os deputados. A reforma foi aprovada e possivelmente será sancionada. Mas, na aplicação devemos ter essa referência à Constituição Federal de 1988”, disse.
De acordo com Adna, existe um novo ordenamento jurídico trabalhista, a consciência, a inteligência e a participação dos trabalhadores e sindicatos poderão dar um rumo mais positivo para a sociedade.
“Não temos que pensar que vai prejudicar o trabalhador e beneficiar o empregador. Nós temos que encontrar um ponto comum”, acrescentou.
Sindicato dos empregados co comércio considera reforma uma tragédia
Antonio Cedraz, presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio considera a aprovação da reforma trabalhista uma tragédia para os trabalhadores do Brasil. Na opinião dele, o comércio está pensando nos grupos econômicos e as mudanças podem gerar exploração e muitas dificuldades para os trabalhadores.
Foto: Divulgação
“O trabalhador vai perder as horas itinerantes, as férias serão divididas, os contratos individuais se os sindicatos que não estiverem fortes na sua base, vai ficar difícil de negociar com o patrão. Os funcionários não estão preparados para reformas desse tipo em nenhuma parte do mundo. Tira a força dos sindicatos. Porque deixa os sindicatos de fora das negociações, quebra a espinha dorsal do sindicato que é o seu imposto sindical, é a sobrevivência básica para o sindicato prestar serviço par ao seu associado”, afirmou.
Antonio Cedraz observou que a partir da reforma os sindicatos deverão buscar novas receitas para equilibrar os orçamentos. O enfraquecimento sindical, ainda segundo dele, deverá refletir nas entidades superiores como federações, confederações e centrais sindicais.
Com informações dos repórteres Ed Santos e Paulo José do Acorda Cidade
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