Feira de Santana
Após quase 3 meses, DPT libera corpos de crianças incendiadas pelo pai
A avó das crianças, Elza de Jesus, foi ao DPT aguardar a liberação dos corpos, e falou da dificuldade financeira para enterrar os netos.
28/03/2017 às 11h19, Por Kaio Vinícius
Laiane Cruz
Após quase três meses, os corpos das crianças que morreram carbonizadas dentro da casa onde moravam, no bairro Mangabeira, em Feira de Santana, após o pai atear fogo no local durante a madrugada, serão liberados hoje (28) do Departamento de Polícia Técnica (DPT). O incêndio ocorreu no dia 4 de janeiro, no residencial Alto do Rosário. O acusado de cometer o crime, Gilson de Jesus Moura, 49 anos, está preso no Conjunto Penal de Feira de Santana, onde aguarda julgamento.
Morreram no incêndio Thays de Jesus Moura, 13 anos, Carlos Alexsandro de Jesus Moura, 9 anos, e Xayane Vitória de Jesus Moura, 8 anos, filhos do acusado; a enteada dele, Emile de Jesus Moura, 16 anos, que estava grávida de cinco meses, e o filho de Emile, de prenome Enzo. Sobreviveram a esposa do acusado Ana Cristina de Jesus, 37 anos, que também era irmã carnal dele, e a filha Aila Daniela de Jesus Moura, 3 anos.
A mulher foi encaminhada para o Hospital Geral Clériston Andrade, e a criança para o Hospital Estadual da Criança, e já receberam alta.
De acordo com a avó das crianças, Elza de Jesus, que foi ao DPT aguardar a liberação dos corpos, nos últimos três meses ela permaneceu arrasada. A idosa falou ainda da dificuldade em enterrar os netos, por falta de condições financeiras. Por isso buscou ajuda da prefeitura para obter a doação dos caixões.
“Estou correndo de um lado e do outro. Eu pago funerária, mas eles não tinham plano, então têm que ser enterrados no caixão da prefeitura, pois eu não tenho condições de pagar R$ 5.500. Eu fui lá na funerária, e cada menino custa R$ 750 só a cova, fora o caixão, não tenho condições”, afirmou.
Elza falou ainda sobre o relacionamento amoroso entre os irmãos e como tem sido a vida sem os netos. “Quando vim saber já estavam juntos. Eu sempre fui contra, mas quando eles querem não tem quem empate. Eu lembro da tragédia, mas eu nunca ia na casa deles. Eu nunca esperava isso. Eu sempre estava vindo aqui para liberar os corpos, até que liberou e a gente veio pegar. Minha filha já está melhor e vai botar um aparelho porque uma perna ficou curta pra andar”, disse a avó.
O crime
Gilson de Jesus Moura, 49 anos, ateou fogo na residência onde morava e matou cinco pessoas da família. O crime bárbaro aconteceu na madrugada do dia 4 de janeiro, por volta das 4h40, no residencial Alto do Rosário, localizado no bairro Mangabeira, em Feira de Santana. Após a chacina, Gilson fugiu em um Gol vermelho de placa HZT-7123. Morreram carbonizados no incêndio os três filhos menores do acusado: Thays de Jesus Moura, 13 anos, Carlos Alexsandro de Jesus Moura, 9 anos, e Xayane Vitória de Jesus Moura, 8 anos, além da enteada de 16 anos, Emile de Jesus Moura, que estava grávida de cinco meses, e o filho dela, Enzo, de apenas 1 ano.
A esposa do acusado, Ana Cristina de Jesus, 37 anos, e a filha Aila Daniela de Jesus Moura, 3 anos, também estavam na residência, mas foram socorridas por vizinhos que arrombaram a porta e conseguiram salvá-las. A mulher foi encaminhada para o Hospital Geral Clériston Andrade, e a criança para o Hospital Estadual da
Criança, ambas em estado grave. A menina teve o corpo queimado e o rosto desfigurado por conta das chamas que a atingiram.
Na casa onde o crime aconteceu funcionava um bar e mercearia. O capitão da PM, Fábio Silva, foi informado por vizinhos que Gilson tinha ciúmes da mulher e vinha discutindo com ela desde o último domingo (1). Vizinhos disseram também que o acusado já tinha ameaçado matar a família e, na segunda-feira do dia 2, comprou um galão com cinco litros de combustível e levou para casa.
O delegado Gustavo Coutinho revelou ainda que a esposa de Gilson contou à polícia, na maca do hospital, que o marido foi até o quarto onde ela estava e jogou o combustível nas pernas dela. Em seguida, ele foi até o quarto dos filhos e jogou o produto nos corpos deles e no da enteada.
O crime chocou os vizinhos, que contaram que o casal tinha brigas normais e era considerado tranquilo. Eles não esperavam uma tragédia como essa.
Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
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