Feira de Santana

Sindicato diz que Conjunto Penal de Feira vive surto de Covid-19 e falta de policiais penais

Caso o número de contaminados aumente, as visitas serão suspenas.

25/01/2022 às 17h09, Por Gabriel Gonçalves

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Laiane Cruz e Gabriel Gonçalves

O presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Penal do Estado da Bahia (Sinsppeb), Reivon Pimentel, demonstrou preocupação com a situação sanitária do Conjunto Penal de Feira de Santana, que segundo ele, está vivenciando um surto da covid-19.

Em entrevista ao Acorda Cidade, nesta terça-feira (25), Reivon Pimentel informou que foi feita a testagem em sete detentas em um pavilhão onde moram 39 mulheres, e destas que foram testadas, seis tiveram o resultado positivo para o coronavírus.

“Portanto, o Conjunto Penal está com um surto de covid-19, e não bastasse o número reduzido de policiais penais, com esse surto, a situação só se agrava. O que nos causa espanto foi a determinação de um dos médicos da unidade de que em um pavilhão, onde tinha 39 detentas, sete testaram, dessas seis positivaram e cumprindo os protocolos as policiais penais isolaram essas detentas. Porém, por determinação do médico da unidade elas retornaram ao convívio, ou seja, não está se cumprindo o protocolo”, denunciou o representante sindical.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Ele informou ainda que nesta terça-feira, somente 12 policiais penais estão atuando no plantão, uma vez que dois testaram positivo para a Covid e não foram trabalhar, fora que outros já estão afastados temporariamente pelo mesmo motivo.

“Se só temos 12 é porque não está havendo a testagem em massa e a informação que temos é que não está tendo testes no Conjunto Penal porque se houver uma testagem em massa, muitos policiais serão afastados e a unidade não terá condições de ser operacionalizada. Aqui chega ao absurdo de um único policial penal ficar responsável pela segurança de cerca de 840 detentos, durante o horário noturno, que é o mais crítico. Hoje temos três policiais nos pavilhões de 8 a 13, onde ficam mais de 800 presos, então o nosso maior problema no momento é o reduzido efetivo de policiais penais”, afirmou.

O presidente do Sinsppeb solicita da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) e aos demais órgãos fiscalizadores que permitam a convocação de todo os excedentes do concurso de 2014, pois dessa forma seria possível recompor o efetivo e minimizar a insegurança na maior unidade prisional do estado, tanto de população carcerária quanto de tamanho.

“Estamos denunciando ao Ministério Público, que por sua vez está fazendo inspeções. E nós estamos cobrando que seja ingressado com uma ação civil pública para que o Judiciário obrigue a abertura de concurso público ou a nomeação dos excedentes, pois como está não pode ficar. Hoje o Conjunto Penal de Feira de Santana é uma bomba-relógio prestes a explodir, ainda mais com este surto de covid. E quero deixar um alerta que está prevista visitação aos presos quinta e sexta-feira, e se essa visitação for mantida vai acontecer uma tragédia, primeiro porque não temos policiais penais para fazer a segurança e depois há o perigo de aumento exponencial da covid-19”, alertou.

Ao Acorda Cidade, o diretor do Conjunto Penal de Feira de Santana, major Allan Araújo, explicou que o crescimento de casos positivos para Covid-19, começou a ser observado desde a semana passada, mas destacou que todos os internos estão com sintomas leves, pois já completaram o esquema vacinal.

"Nós fomos surpreendidos no início da semana passada após a constatação do crescimento do quadro de positivação para Covid-19 aqui no Conjunto Penal de Feira de Santana, e vínhamos há meses sem qualquer tipo de registros, mas de repente, da mesma forma como está acontecendo na sociedade feirense, percebemos esse crescimento de casos aqui em nossa unidade. O lado positivo para este fato, é que todos os internos e funcionários estão vacinados, sejam com primeira ou segunda dose, e até mesmo, aqueles que já tomaram a dose de reforço, isso nos dá uma tranquilidade, mas claro que a preocupação permanece, porque é uma doença altamente contagiosa. São sete internos que estão positivados, seis mulheres e um homem, estão sendo acompanhados por nossa equipe médica diuturnamente, até porque estamos dentro de um confinamento, e o processo de contaminação aumenta mais ainda, porém tudo está sob controle nesse momento", declarou.

Para o major, é provável que a contaminação tenha sido provocada pelas visitas que estão sendo realizadas na unidade e informou à reportagem do Acorda Cidade, que em caso de aumento do número de casos, é provável que as visitas sejam suspensas novamente.

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

"Nós sabemos da importância dessas visitas para os internos, sabemos da importância da presença dos familiares para estas pessoas privadas de liberdade, mas ainda sim, estamos vivenciando um momento de pandemia a essa retomada das visitas, prevê um plano de contingência, prevê uma avaliação. Em outras unidades, esse processo já foi suspenso e possa ser que aqui em Feira, as visitas também sejam suspensas, mas esta é uma decisão do sistema estratégico do Governo do Estado, da Secretaria de Administração, da Secretaria de Saúde, então estamos aguardando essas diretrizes, mas espero que as visitas possam permanecer", disse.

Ainda segundo o diretor do Conjunto Penal, os detentos que são positivados para a Covid-19, são direcionados para uma área de isolamento e os policiais penais, são afastados das atividades por um período de sete dias.

"Existem os protocolos a serem seguidos e estes detentos são separados imediatamente, são acompanhados pelas equipes médicas e enquanto aos servidores, em caso de resultado positivo, todos eles são afastados por um período de sete dias. Esperamos que tudo isso possa mudar, porque estamos com esta nova onda, a variante da Ômicron atingindo toda sociedade feirense e apenas no dia de ontem, tivemos mais de 270 casos positivos", concluiu.

 

Com informações dos repórteres Aldo Matos e Ed Santos do Acorda Cidade 

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