Agressão à mulher

Passageira presta queixa após sofrer agressão por motorista de aplicativo em Feira de Santana

Em entrevista ao Acorda Cidade, a profissional de saúde, que é casada e mãe de três crianças, relatou os momentos de tensão e vergonha a que foi exposta após ter solicitado a corrida.

16/05/2021 às 07h47, Por Laiane Cruz

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Laiane Cruz

A técnica de enfermagem Ana Paula Mendes de Araújo, 36 anos, registrou um Boletim de Ocorrência, na última sexta-feira (14), na 2ª Delegacia Territorial do bairro Sobradinho, após ter sido vítima de agressão física e verbal por parte de um motorista de aplicativo.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a profissional de saúde, que é casada e mãe de três crianças, relatou os momentos de tensão e vergonha a que foi exposta após ter solicitado a corrida.

“Eu fui à rua para fazer troca de algumas mercadorias e comprar roupas para meus filhos. Logo após, eu passei em um restaurante, comprei duas marmitas e como de costume solicitei o serviço do aplicativo 99. Fiquei aguardando em frente ao ponto do Nordestino. Quando o motorista chegou, foi de uma forma mal educada, não me cumprimentou e olhou de forma estranha para minhas sacolas. Ele falou para eu colocar as sacolas no chão do banco da frente, pois iriam sujar o carro dele. Eu questionei, já assustada com a situação, por que eu iria colocar as sacolas na frente se eu iria sentar no fundo. Ele atacou minha pergunta, começou a resmungar e de forma bem grosseira disse que iria cancelar a corrida.”

Ana Paula contou que ficou aguardando o motorista cancelar a corrida, mas ele permaneceu dentro do carro, com os vidros fechados, e disse que não iria cancelar, que se ela quisesse cancelasse. Ela então pediu mais de uma vez que ele cancelasse a corrida, pois estava com comida e tinha crianças esperando em casa, quando o homem desceu do carro e a empurrou com as sacolas na mão.

"Então eu o empurrei também e ele deu um soco no meu olho, entrou dentro do carro e saiu imediatamente. Fiquei no local com as sacolas, me sentindo envergonhada. Algumas pessoas vieram, um moça anotou a placa do carro e o motorista de outro aplicativo que estava passando me ajudou e me levou até o posto da polícia na Getúlio Vargas", contou.

Foto: Arquivo Pessoal

A técnica de enfermagem foi orientada a prestar queixa na delegacia. Ela se dirigiu ao complexo do Sobradinho, onde recebeu uma guia para exame de corpo de delito, o qual foi realizado na manhã de ontem(15).

“Aí no momento que eu estava lá prestando a queixa, o rapaz que me agrediu apareceu lá na delegacia. Acho que ele pensou que eu fosse ser agredida e viesse para casa com o rosto inchado, que eu não fosse tomar providências nenhuma. Ele provavelmente apareceu lá na delegacia para fazer algum boletim de ocorrência, para querer se safar do que ele fez. Eu não sei o que aconteceu, ouviram ele e mandaram embora. E eu continuei lá aguardando para pegar uma guia para fazer o exame corpo delito. Posteriormente fui liberada e vim para casa. Pela manhã eu fui ao DPT no Jomafa e fiz o exame, e estou aguardando agora audiência que ficou marcada para outubro”, detalhou.

Vergonha

Para a técnica de enfermagem, o fato a deixou amedrontada e constrangida. Nunca imaginou passar por uma situação como essa vinda de um motorista de aplicativo.

"Estou me sentindo péssima diante de toda essa situação. Apanhei no meio da rua, uma situação que eu nunca imaginei que fosse acontecer. Estou muito triste e ainda desorientada. A única certeza que eu tenho é que eu quero justiça. Eu gostaria de cobrar das autoridades providência em relação a isso, e saber quais são os critérios que essas empresas usam para cadastrar essas pessoas", desabafou.

Desabafo nas redes sociais

Ana Paula decidiu também gravar um desabafo e denunciar a situação que sofreu nas redes sociais. Através de um vídeo publicado em sua página do Instagram, que rapidamente viralizou, ela relatou a agressão sofrida pelo motorista da 99. Segundo a técnica de enfermagem, ela espera que o agressor seja punido e mais pessoas se sintam encorajadas a denunciar situações como essa.

"Eu senti a necessidade de ir até a rede social para saber a opinião das pessoas e vi que outras pessoas também já foram destratadas por motoristas de aplicativo e isso tem que cessar, temos que dar um ponto final. Isso não pode estar acontecendo. Por isso eu abri isso na rede social", declarou.

A empresa de aplicativo de corrida 99 chegou a responder Ana Paula na página do Instagram. Pediu para que a vítima encaminhasse um direct pelo app com dados da corrida, como data e hora, para averiguar a situação. 

Foto: Reprodução/ Instagram

 

Veja o vídeo com o relato da vítima: 

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