Educação

Professor feirense tem projeto selecionado para 26ª edição da Ciência Jovem, em Pernambuco

O evento reúne 288 participantes de 25 estados brasileiros e dos seguintes países: Argentina, Colômbia, Paraguai e México.

01/10/2020 às 09h10, Por Maylla Nunes

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O professor de Geometria em Feira de Santana, Brunno Dantas, teve seu projeto aprovado para a 26ª edição da Ciência Jovem, feira de ciências realizada pelo Espaço Ciência, localizado no município de Olinda, em Pernambuco. O trabalho se chama ‘Geometrizando com Eratóstenes: Investigando a esfericidade da Terra’ e concorre na categoria Educação Científica, destinada a professores que realizam experiências exitosas em sala de aula. O evento reúne 288 participantes de 25 estados brasileiros e dos seguintes países: Argentina, Colômbia, Paraguai e México.

“Pesquisa do Datafolha demonstra que cerca de 7% dos brasileiros acreditam no terraplanismo. Nas aulas para o 7° Ano, constatei que alguns estudantes acreditam nessa teoria. Assim, vislumbrei a possibilidade de proporcionar uma nova prática pedagógica, envolvendo a investigação científica e agregando recursos digitais. Utilizei um conjunto de fatores: objeto do conhecimento; ferramentas digitais; e calculadora dinâmica geométrica GeoGebra, como preconiza a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular). Demonstrar que Eratóstenes [matemático, gramático, poeta, geógrafo, bibliotecário e astrônomo grego], utilizando conceitos de ângulos, alguns dados e cálculos simples, refutou eficientemente a teoria do terraplanismo há mais de 2.000 anos é um modo de comprovar a confiabilidade do conhecimento científico”, afirmou o professor, que ensina na Escola João Paulo I (JPI). 

O objetivo geral do projeto é medir a circunferência da Terra, a fim de demonstrar que ela é esférica, através dos conceitos de ângulos formados por retas paralelas interceptadas por uma transversal, utilizando a ferramenta GeoGebra. Brunno Dantas pontua que os objetivos secundários do trabalho são: Proporcionar aos estudantes uma nova prática pedagógica no estudo de ângulos e retas; Desenvolver etapas de uma investigação científica; Aprender sobre a calculadora GeoGebra; e Reproduzir a investigação de Eratóstenes sobre a medida da circunferência da Terra. 

Através da metodologia estabelecida, foi possível chegar a um resultado aproximado do de Eratóstenes. O projeto permite aprendizagem dinâmica dos conceitos geométricos, realização de experiência científica e desconstrução dos conceitos anticientíficos. O trabalho proporciona ainda o aprendizado da utilização das ferramentas GeoGebra e Google Maps, prática pedagógica inovadora e bastante potencializadora para a área de exatas. 

“Precisamos valorizar o empenho dos professores e estudantes que, mesmo com as dificuldades surgidas do isolamento social, persistiram na realização de suas pesquisas”, afirma o diretor do Espaço Ciência, Antonio Carlos Pavão, ao site do local. A 26ª Ciência Jovem vai ser realizada de 9 a 11 de novembro no modo remoto. 

Mais sobre o desenvolvimento do projeto em sala de aula remota 

Nesse experimento os alunos, sempre orientados por Brunno Dantas, mediram o tamanho da circunferência da Terra através das relações entre os ângulos e da proporção. Eles refizeram o trabalho realizado por Eratóstenes, o primeiro a conseguir tal feito, aproximadamente em 220 a.C.; utilizaram o Google Maps para obterem a imagem da Terra com os pontos de localização das cidades de Syene [atual Assuã, também conhecida como Aswan] e Alexandria [ambas no Egito]; a calculadora GeoGebra on-line, para montar a relação entre o Sol e a Terra; e os ângulos formados pela incidência do Sol na Terra, como afirmam as estudantes Bianca Bergossi e Maria Fernanda Bastos. 

Diante de informações e somadas a distância entre as duas cidades, foi possível estabelecer uma relação de proporção e chegar ao tamanho da circunferência da Terra. “Algo simples de ser calculado hoje, mas de grande genialidade em 220 a.C., além de relevante para a humanidade”, conclui o professor, que é licenciado em Matemática, pelo Centro Universitário Claretiano; pós-graduando em Matemática na Prática, pelo Instituto Federal da Bahia (IFBA); tecnólogo em Sistemas para Internet, pela Faculdade Anísio Teixeira (FAT); e pós-graduado em EaD (Ensino a Distância), pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). 

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