Artigo
A vitória da Cruz
Ser parente ou amigo de um crucificado era motivo de vergonha.
08/09/2020 às 10h11, Por Maylla Nunes
No tempo de Jesus, a cruz era sinônimo de suplício. A crucificação era o castigo mais cruel e humilhante para os maiores criminosos. Ser parente ou amigo de um crucificado era motivo de vergonha. Mas, a partir da morte e ressurreição de Jesus, a cruz tornou-se símbolo de vida e sinal de vitória para os cristãos.
PELOS CAMINHOS do mundo encontramos, freqüentemente, a cruz. Ela se apresenta no alto das igrejas, no cimo das montanhas, nos cemitérios, no mais alto das torres. Ela ocupa um lugar de honra em nossas casas, nos estabelecimentos públicos e mesmo a carregamos sobre o nosso peito. E, acima de tudo, nós traçamos o sinal da cruz sobre nós mesmos. Mas, a cruz, não é um enfeite. É um sinal que nos fala eloqüentemente do amor de Jesus Cristo.
A CRUZ aparece como símbolo de tudo o que nos faz sofrer. A encontramos de uma maneira menos poética e mais dramática plantada em nossa carne, em nosso coração. Assume uma imensa diversidade de nomes. Pode ter o nome de: doença, pobreza, fome, medo, injustiça, perseguição, calúnia, desemprego, ansiedade, humilhação, fracasso, solidão, morte de um familiar…
A FESTA da Exaltação da Santa Cruz, a ser celebrada no próximo dia 14 de setembro, traz presente a esperança que brotou de algo que parecia apenas dor e final de tudo. A Ressurreição permite um outro olhar para a cruz de Jesus. Ela continua sendo dor, mas uma dor passageira, que aponta para a vitória da vida.
CELEBRAR a Cruz é abraçar a vida com tudo o que ela pode apresentar. Tantas vezes o sofrimento chega e traz consigo o desânimo e a falta de esperança. No entanto, quando olhamos para Jesus entendemos que a vida é mais forte do que a morte. Que o bem será sempre vitorioso. Porém, só alcança essa vitória quem souber carregar a cruz de cada dia.
PORTANTO, o verdadeiro discípulo de Cristo é aquele que carrega sua cruz, com paciência, fé e esperança até a morte. Disse Jesus: “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. (Mc 8,34). E em outra passagem, Ele afirma: “Aquele que não toma sua cruz não é digno de mim”. (Mt 8,34).
Dom Itamar Vian
Arcebispo Emérito
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