Eleições 2020

Targino Machado pede comparação de densidade eleitoral com Colbert e garante que estará no segundo turno

Os dois são pré-candidatos da situação a prefeito de Feira de Santana

18/02/2020 às 14h46, Por Brenda Filho

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Orisa Gomes

Dono de uma personalidade forte, polêmico e sem “papas na língua”. Essas são algumas características atribuídas ao deputado estadual Targino Machado (DEM), que no último domingo (16) anunciou pré-candidatura a prefeito de Feira de Santana, em entrevista ao programa de Silvério Silva, na Rádio Sociedade News. A novidade põe lenha na política local, já que Targino pertence ao grupo de situação, que já tem como pré-canditado o prefeito Colbert Martins (MDB) e como maior cabo eleitoral o ex-prefeito José Ronaldo, que tende a apoiar Colbert, mas é do mesmo partido de Targino. Reza a lenda que nada relacionado ao Democratas de Feira é decidido sem passar por Ronaldo, mas pelo que se sabe até agora com a decisão de Targino não foi bem assim. Durante o anúncio, o deputado disse que teve a benção de ACM Neto, presidente nacional DEM e prefeito de Salvador. Quanto a José Ronaldo, a conversa política sequer aconteceu; está marcada ainda para esta quarta-feira (19), às 17 horas. Foi o que o próprio Targino afirmou em entrevista aos repórteres Paulo José, do Acorda Cidade, e Danillo Freitas, do Jornal das Duas. Em um amplo bate-papo, ele explica porque lançou o próprio nome para a disputa, fala da relação com Ronaldo, pede comparativo de densidade eleitoral com Colbert e garante que estará no segundo turno. Leia na íntegra. 

Por que o senhor esperou até o último domingo para anunciar a pré-candidatura?

Targino Machado – Porque eu tenho a real ideia e compreensão da responsabilidade que é. Por trás de todo homem existe uma estrutura pessoal e familiar. Colocar o meu nome como candidato a prefeito é colocar sobre o meu ombro a responsabilidade de, ganhando a eleição, ter que mudar completamente a minha vida e da minha família, porque eu não conheço nada pela metade. Sou deputado de tempo integral. Eu não conheço meio ladrão, meia gravidez, nem meio prefeito; ou é prefeito ou não é. Então, pensei muito, porque eu tenho 12 anos somente de Feira de Santana. Observe a responsabilidade que preciso ter com esse povo. [Antes] eu nunca fiz política em Feira de Santana, apesar de nascer no município vizinho de São Gonçalo. Nunca tive votação significativa aqui, o máximo que consegui foi em 1994, 1500 votos, muito mais por conta de Sérgio Carneiro que tinha feito uma dobradinha comigo naquela época, federal e estadual. Então, venho para Feira de Santana e nesses 12 anos por absoluta generosidade do povo de Feira de Santana, cheguei na primeira eleição a ter 13 mil votos, na segunda, 32 mil votos e depois pensei: “Poxa, eu vou ser candidato de novo? Como é que eu vou ultrapassar esses 32 mil votos?” Na seguinte obtive uma votação incrível de 42300 mil, a maior votação de um deputado estadual em Feira de Santana. Eu tinha que pensar e pensei muito.

Depende de que para a sua candidatura ser homologada?

TM – Depende do partido. Eu não coloco as coisas personalizando. O meu sonho não pode depender da vontade de ninguém. Eu abro mão da minha vida, mas não abro do meu sonho, porque para que vida sem direito de sonho? Eu coloquei a minha pré-candidatura a disposição do meu partido, o Democratas, e não terei nenhum dificuldade em abrir mão da minha candidatura se o Democratas me apresentar alguém que tenha uma densidade eleitoral maior do que a minha, provada por recursos técnicos de aferição que existem hoje no mercado. Eu defendo a minha pré-candidatura ser homologada pelo Democratas e não creio que o Democratas vai querer me trair. Eu nunca traí ninguém, nunca traí o meu partido. Eu poderia dizer: “O partido não me quer? Vou mudar!”. Tenho dezenas de partidos querendo Targino. Qual partido não ia me querer para ser candidato a prefeito de Feira de Santana? Mas não sou oportunista político. Partido não é camisa que a gente tira uma, descarta e joga fora. Partido não é copo descartável que você usa e atira no lixo. O meu partido é o Democratas e vou continuar nele, independente, inclusive, do resultado. Vou brigar dentro da minha casa, porque o DEM é a minhas casa. Não sou irresponsável para não compreender que o Democratas é a minha família política e família a gente não destrói. Família a gente conserva e eu quero é fortalecer a minha família e não quero crer que o partido, o Democratas, vá tomar uma posição contrária a minha candidatura.

Mudar de partido, então, é opção descartada?

TM – Descartada. Sou Democratas e vou continuar Democratas e quem quiser que saia, porque eu nele fico.

O presidente nacional do seu partido, o prefeito de Salvador ACM Neto, afirmou em uma reportagem ao Bocão News que seria melhor a união de forças, todos em um palanque: o senhor, a deputada federal Dayane Pimentel e o prefeito Colbert Martins.

TM – Essa é a posição de um jovem que, apesar dos 41 anos de idade, é alguém que estudou e se preparou para ser político. Essa é a posição de ACM Neto, prefeito de Salvador, eleito seis vezes seguidas como melhor prefeito das capitais e não poderia ser outro raciocínio que não a construção da unidade. Agora, naturalmente, ele torce no fundo do seu coração para que haja essa união e a cabeça da chapa seja do seu partido, o Democratas.

Diante da fala do presidente nacional do Democratas, o senhor acredita que há uma chance de ficar entre o senhor e a deputada Dayane Pimentel? Vocês conversam sobre essa possibilidade?

TM – Na verdade, a deputada Dayane Pimentel eu sequer a conheço. Somente agora, no dia 6 de janeiro, na apresentação do pré-candidato Bruno Reis a prefeitura de Salvador é que tive a oportunidade de pela primeira vez apertar a mão dela, porque estávamos no mesmo lugar. Nunca conversei com a deputada Dayane, apesar de morarmos em Feira eu e ela. Eu saio para comprar pão, para a farmácia, nas vielas de Feira de Santana e nunca tive o prazer de encontrar com ela. Dayane tem um partido, diferente de mim, para chamar de seu, que é o PSL. Ela é a presidente estadual e é quem diz o que vai acontecer com o partido dela. Ela tem fundo partidário, cerca de R$ 2,5 milhões, então Dayane vai para onde ela quiser.

O senhor mantém a sua candidatura pelo Democratas mesmo sem o apoio do ex-prefeito José Ronaldo, líder do seu grupo?

TM – O meu sonho não depende do seu sonho. O meu sonho não pode sacrificar o seu sonho. Zé Ronaldo tem as convicções, as idéias dele e eu respeito. Somos pessoas diferentes eu e Zé Ronaldo. Preciso lutar em defesa do seu direito de falar, porque na hora que eu abrir mão do seu direito de falar, a história vai abrir mão do meu direito de falar. Então, José Ronaldo pode ir para onde for, respeito a posição dele. Agora, quero ser candidato dentro de um partido que é meu e é dele. Não é mais meu nem mais dele. Eu sou deputado, tenho legitimidade, domicílio eleitoral. Se ele quisesse trazer Colbert para dentro do partido, que ele traga e vamos disputar dentro do partido não no voto dos filiados, vamos disputar densidade eleitoral. Quem é que tem mais? Vamos trazer a pesquisa. Eu ou prefeito Colbert Martins? Se José Ronaldo não quiser me apoiar, ele não vai me apoiar no primeiro turno. Já pedi a ele que me apóie no segundo, porque com certeza eu irei para o segundo turno. Eu pedi agora em entrevista a Dilson Barbosa.

Que dia o senhor conversa com ele?

TM – Amanhã, às 17 horas. Seria ontem, ele tinha compromisso, queria marcar para hoje e como estou indo à Brasília, marcamos para amanhã, às 17h, no Hotel Acalanto.

Qual o tema dessa conversa com o ex-prefeito José Ronaldo?

TM – Não vamos vamos falar de mulher, não vamos falar de jogo, a gente vai falar de política. Vamos conversar.

Foi o mesmo tema do encontro com Carlos Geilson, que também já se coloca como pré-candidato?

TM – Carlos Geilson eu conversamos toda hora. Ontem, apesar da gente ter ficado até às 19h30 conversando, às 6 horas de hoje já tínhamos trocado meia dúzia de mensagens. A minha sintonia com o deputado Carlos Geilson é uma sintonia fina. Eu tenho a impressão que se eu não fosse candidato, o meu candidato seria Geilson e se Geilson não fosse candidato, o candidato da preferência dele seria Targino, porque a afinidade é fina.

Procede a informação que o senhor está entregando a liderança, já que o senhor é líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, para se dedicar a sua campanha?

TM – Procede. Logo depois do Carnaval já tem reunião marcada para dia 3 de março e vou estar agradecendo aos colegas. Dei o máximo de esforço, me dediquei, tenho sido o deputado mais atuante da Assembleia e, sem sombra de dúvida, não estou aqui com hipocrisia ou falta modéstia, é minha obrigação fazer o que faço, mas estarei me dedicando de forma mais integral à política de Feira de Santana. 

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