Feira de Santana

Protesto: familiares de jovem que morreu com suspeita de dengue reclamam do atendimento médico

Por meio de nota a Prefeitura Municipal de Feira de Santana informou que aguarda a confirmação da causa da morte.

06/07/2019 às 20h52, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

Familiares e amigos do jovem Júlio Vitor, que morreu com sintomas de Dengue, na última segunda-feira (1), realizaram uma manifestação na tarde deste sábado (6) em frente a policlínica no bairro Tomba, em Feira de Santana. Eles reclamam que o jovem não teve o atendimento adequado e acusam médicos de negligência. Além de justiça, os familiares pediram atendimento mais humanizado aos pacientes.

A mãe de Vitor, Cremilda de Souza, disse ao Acorda Cidade que ele esteve na policlínica duas vezes no domingo (30) e voltou pra casa sem apresentar melhoras. Já durante a madrugada ao ver que o rapaz estava cada vez pior o levou para policlínica do Hospital Geral Clériston Andrade, que estava superlotado e seguiu imediatamente para a policlínica do bairro Queimadinha. Ao chegar lá, o médico deu os primeiros socorros e foi direto para a sala vermelha. Horas depois faleceu.

A mãe conta também que uma médica teria recomendado tomar um medicamento, sem prescrevê-lo em receita.

“Meu filho deu entrada na policlínica do Tomba domingo de manhã. Ao chegar meu filho realmente foi medicado, mas sem fazer nenhuma coleta de sangue. Ele chegou lá com dor de cabeça, dor no corpo nas articulações e febre e nem um hemograma eles fizeram. Mandou meu filho ir para casa, ainda por cima falou pra meu filho tomar um Dipirona e um anti-inflamatório. Meu filho foi a farmácia comprou esse medicamento, tomou o medicamento, depois começou a sentir dores fortes nos rins, e começou a vomitar, começou a tremer o corpo inteiro, a dor de cabeça estava muito forte e o estado dele começou a se agravar em vez de melhorar. A médica tem culpa disso tudo. Os sintomas eram de dengue estava na cara, e ela deu esse medicamento, pronto e acabou. Ele disse que nem passou receita passou o medicamento de boca pra namorada dele. Realmente ele tomou esse medicamento retornamos para a policlínica, porque ele foi atendido primeiro lá. Ai quando chegamos falei: ‘doutora meu filho tá sem cor’. Não colocou no soro, nem n
ada, nem pra fazer uma lavagem, e ai eu perguntei a ela sobre esse medicamento que ele tomou, ai ela fez uma cruz na caixa do remédio e mandou eu isolar esse remédio. Aí que ela passou o hemograma. Saí 2h30 da manhã, mas já era tarde demais. Ele estava com as plaquetas baixas demais. Eu achei um absurdo na segunda vez que estivemos lá porque a doutora viu o estado dele e ela poderia segurar meu filho lá, mas ela não fez. Aí ela disse: ‘se por acaso ele tiver algum sangramento realmente foi o remédio que ele tomou’. Meu filho passou a noite inteira gemendo ai liguei pra tia dele e a gente foi lá para UPA do Clériston chegando lá tinha médico, mas estava lotado, fui para UPA da Queimadinha e o médico viu que não tinha como deixar ele lá. Deu os primeiros socorros e ele foi direto pra sala vermelha da policlínica já entubado. Ele faleceu segunda feira 4h20”, relatou a mãe do jovem.

O cunhado de Vitor, Luís Eduardo Soares, informou ao Acorda Cidade que a família reuniu alguns documentos, acionou um advogado para acompanhar o caso, e aguarda o posicionamento da Secretaria Municipal de Saúde. Segundo ele, o atendimento nas unidades de saúde precisam melhorar.

“A gente não quer que Victor seja só mais um da lista. Ele era filho, era irmão, era cunhado, era amigo. Estamos aqui para pedir justiça. Quando entramos nessas policlínicas sabemos que os atendimentos não são bem feitos. Pode ser que falte recursos, mas os seres humanos que trabalham lá tratam os pacientes como cachorros. Não trata como um ser humano que precisa de atenção. No caso de Victor foi a falta de atenção. É contra essa negligência que querermos justiça. Ele foi no mesmo dia duas vezes na mesma policlínica. Foi atendido por uma médica que passou um Dipirona padrão pra aliviar a dor, a mãe viu que ele não estava melhorando e decidiu levar de volta. Chegou lá, pediu para a segunda médica, eu presenciei, ele estava bastante pálido, os pés e mãos estavam muito brancos, eu pegava nos pés dele e não vinha sangue. O objetivo dessa manifestação foi um pedido de justiça aos governantes. Estamos a mercê, por anos, de pessoas que não fazem nada. Presenciei nos corredores médicos e enfermeiros em equipes conversando no WhatsApp, resenhando em balcão, enquanto pais e mães estavam ali esperando, as pessoas morrendo sem atenção. Pedimos mais atenção aos seres humanos de Feira de Santana e da Bahia toda”, desabafou.

O que diz a prefeitura

Por meio de nota a Prefeitura Municipal de Feira de Santana informou que aguarda a confirmação da causa da morte. Leia na íntegra:

“A propósito de manifestação realizada na tarde de hoje, 6, por familiares e amigos do jovem Júlio Vítor, que faleceu na última segunda-feira sob suspeita de dengue, a Secretaria Municipal de Saúde informa não haver, por enquanto, confirmação de que a doença tenha sido a causa do óbito. Exames de sangue do rapaz estão sendo feitos no Laboratório Central da Bahia (Lacen). Os resultados devem indicar o diagnóstico.A família de Vítor reclama do atendimento prestado por uma médica da Policlínica Municipal do Tomba, que não teria tratado o caso, inicialmente como uma suspeita de dengue.A coordenação médica da policlínica aguarda o resultado do Lacen, para se pronunciar. Recentemente, a família de uma criança, morta com sintomas suspeitos de dengue em Feira de Santana, não teve a doença confirmada em exame.

 

Leia também: Bahia tem aumento de 535,3% em casos de dengue; Feira lidera número de mortes

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade
 

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