Carga Pesada

Corações dos caminhoneiros carregam saudade das famílias

Acostumados com o trajeto da estrada, eles sabem que a união faz a força e a saudade de casa é o principal combustível para seguir adiante.

25/05/2018 às 12h38, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

Toda vitória tem um sacrifício. Essa frase com certeza é o lema da maioria dos caminhoneiros que aderiram a paralisação da categoria, que já está em seu quinto dia e soma forças em todo o país. O movimento já afetou vários setores da economia, como o desabastecimento de alimentos, combustíveis e reconfigurou a vida de milhares de brasileiros, principalmente os líderes da greve: os próprios caminhoneiros.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Parados nas estradas com o objetivo de reivindicar contra a política de preços da Petrobras e fazer com que ocorra a diminuição no preço dos combustíveis, eles contam que estão se virando como podem. Um ajudando o outro e também contando com algumas doações e a solidariedade da população que em grande parte apoia a paralisação.

Acostumados com o trajeto da estrada, eles sabem que a união faz a força e a saudade de casa é o principal combustível para seguir adiante.

O caminhoneiro Alberto Jorge Silva contou a reportagem do Acorda Cidade como está sendo a experiência de participar da greve e da falta que sente da família. Morador de Aracaju ele transporta carga de soja do município de Luis Eduardo Magalhães até Salvador. O trabalho funciona 30 dias seguidos e há apenas seis dias de folga. Esta semana ele retornaria para casa, mas em virtude da greve, não foi. Alberto está há 60 dias longe da família e para ele, todo esforço é por uma boa causa, principalmente porque está ficando insustentável trabalhar como caminhoneiro.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

“Estou parado no posto São Gonçalo com uma Scania nove eixos, 480. Estou carregado com soja e meu destino era o porto de Aratu. Estou desde domingo no pátio de triagem de São Gonçalo. O combustível está muito caro e por isso a greve. Os fretes estão muito baixos e os patrões exigem muito da gente. Querem baixar a nossa comissão. Diminuir o custo de todo jeito. Sou casado há 13 anos e tenho uma filha de 8 anos, eu só posso ir para casa quando a greve acabar. A saudade é grande, mas a gente tenta mudar o pensamento”, comentou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Segundo Alberto, os caminhoneiros estão se juntando garantir a alimentação durante a greve. Nos caminhões eles têm uma minicozinha e todos estão se ajudando, comprando mantimentos nos mercados e fazendo o que podem para que não falte comida.

“Prevenido a gente não anda. Mas, faz o que pode. Arruma dinheiro com o patrão, com o colega. Compramos algumas coisas que estão faltando e comparilhamos nossas cozinhas”, acrescentou.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

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