Educação

Pais, alunos e professores fazem manifestação e Obra Promocional deverá retomar matrículas

A instituição funciona através de um convênio entre o Estado e a Catedral de Santana, que é a proprietária do prédio. Não houve a renovação do termo de anuência para liberação das verbas, e até o momento a escola está impedida de fazer matrículas para alunos novos.

18/01/2018 às 12h53, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz

Pais, alunos, professores e pessoas da comunidade realizaram na manhã desta quinta-feira (18), com o apoio da APLB Feira (sindicato dos professores), uma manifestação pelas ruas de Feira de Santana contra a possibilidade de fechamento da escola Obra Promocional de Santana e pela reabertura das matrículas. A unidade de ensino funciona há 45 anos em um prédio na Avenida Maria Quitéria, e conforme a direção, poderia encerrar as atividades em 2019.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A instituição funciona através de um convênio entre o Estado e a Catedral de Santana, que é a proprietária do prédio. Não houve a renovação do termo de anuência para liberação das verbas, e até o momento a escola está impedida de fazer matrículas para alunos novos.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A mãe de um aluno Marize Santos Oliveira Soares afirmou que tomou como surpresa a informação de que a escola poderia fechar e que apenas os alunos da casa iriam continuar estudando esse ano. 

“Será o segundo ano que meu filho estuda na Obra. Estou apoiando a escola, os professores e os alunos, porque essa escola é uma das melhores de Feira de Santana. O ensino é muito bom e os professores responsáveis. É um absurdo uma escola com 45 anos fechar assim dessa forma, vai ser um baque muito grande.”

Ela disse ainda que está sendo feito um abaixo-assinado contra o fechamento da unidade, com a assinatura de alunos, ex-alunos, professores e pais, para ser entregue ao governo do estado. “Peço também à comunidade que venha apoiar, porque essa escola não pode fechar. Eu tenho um filho que estuda aqui e esse ano minha sobrinha saiu de uma escola particular para tentar uma vaga aqui e já soube que não vai poder porque não está matriculando”.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

A diretora da APLB Feira, Marlede Oliveira, informou que a entidade participou da manifestação, pois a APLB tem o papel de lutar pela escola pública. “Mobilizamos a comunidade, pais, estudantes e professores porque não podemos admitir que se feche uma escola, pois lugar de criança é na escola”.

Governo não quer fechar a escola

A diretora da Obra Promocional de Santana, Márcia Barbosa Gonzaga, disse que foi informada pelo Núcleo Regional de Educação (NRE) que o estado não tem interesse de fechar a unidade de ensino e que as vagas para os alunos do 7º, 8º e 9º ano serão reabertas.

“Não vamos fazer a matrícula neste momento, porque vamos aguardar até o dia 27 de janeiro, quando o Conselho da igreja volta das férias e eles podem assinar o comodato pra garantir a permanência da escola na comunidade. Mas, a mobilização ainda continua, pois a gente precisa dessa garantia, e só vamos ter um descanso quando os nossos alunos retornarem para as salas de aula e os professores ao seu trabalho”, declarou.

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

O diretor do NRE, professor Ivanberg Lima, esclareceu que a escola este ano vai funcionar normalmente e não há interesse por parte do governo do estado de fechar nenhuma escola da rede estadual em Feira de Santana. De acordo com ele, o impasse ocorreu porque os representantes da Obra, que fazem parte do conselho da igreja, que é proprietária do prédio, pediram para revisar o contrato de anuência, que garante a liberação das verbas.

“A gente vai manter o contrato de comodato, que é só para regularizar a questão das verbas da escola. O jurídico achou que deveriam ser esclarecidos alguns pontos da anuência e é o que está sendo feito. Em dez dias a gente resolve essa questão. A garantia que a escola tem é que o estado não quer fechar nenhuma escola. Em 2018, a Obra funciona normalmente, e a igreja deve assinar essa anuência. Eles nos pediram dez dias pra isso. A partir do momento da assinatura, tudo volta ao normal”, explicou.

Conforme Ivanberg Lima, o contrato de aluguel do prédio é assinado em maio, mas antes disso há o termo de anuência, para regularizar as verbas da escola. “O contrato que é assinado em maio não está vencido, só vencerá em maio de 2019. Até agora nós não falamos em fechamento, falamos da assinatura da anuência do contrato. Agora em janeiro, a maioria dos conselheiros está de férias e nos pediram um prazo para que quando todos estivessem presentes analisarem o documento e procederem à assinatura”, reiterou.

Fechamento do 6º ano

Acerca do fechamento das turmas do sexto ano, o diretor do NRE informou que isso não ocorrerá somente na Obra Promocional de Santana, mas também em outras escolas estaduais da Bahia que oferecem apenas o ensino fundamental.

“Na maioria das nossas escolas do ensino fundamental, nós bloqueamos as matrículas do sexto ano em 2018, porque até 2020, o município tem que assumir o ensino fundamental. O estado tem a responsabilidade do ensino médio, para a gente melhorar ainda mais a qualidade. Todos os alunos da casa continuarão. A questão do sexto ano é o bloqueio da série. Nós estamos bloqueando gradativamente as matrículas nas escolas”, salientou.

Leia mais: Escola Obra Promocional de Santana não faz novas matrículas e pode encerrar as atividades em 2019
 

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