Política

Rui Costa responsabiliza Prefeitura por crise no Carnaval de Salvador e Neto rebate

O modelo, que é baseado no usado pela Fifa na Copa do Mundo, está em vigor desde 2014.

10/01/2018 às 11h00, Por Brenda Filho

Compartilhe essa notícia

O governador Rui Costa (PT) disse ontem que o sistema de exclusividade que permite apenas bebidas de patrocinadores sejam vendidas por ambulantes nos circuitos do carnaval tem afetado a festa momesca soteropolitana. O modelo, que é baseado no usado pela Fifa na Copa do Mundo, está em vigor desde 2014. “O poder público municipal adotou uma estratégia de se autofinanciar pelos patrocínios. Só que esse autofinanciamento do poder público esvaziou o financiamento das entidades de carnaval. O [dinheiro] que ia sempre para entidades carnavalescas hoje está indo para o poder público, com retorno de visibilidade, publicidade e de fechamento de mercado para consumo. É preciso rediscutir isso sob pena de a crise aumentar”, afirmou, em entrevista à imprensa, após a assinatura de ordem de serviço para modernização das instalações elétricas da Basílica do Bonfim. Em virtude da crise, nenhuma agremiação desfilará na quinta-feira – o primeiro dia da folia – e apenas três vão para as ruas na terça, data em que as chaves da cidade são devolvidas à Prefeitura de Salvador pelo Rei Momo. A Ambev – dona da marca Skol – é hoje a única autorizada a vender o produto nos circuitos do carnaval. O acordo entre a cervejaria e o Executivo municipal foi firmado em 2016. Na época, a empresa anunciou que repassaria R$ 30 milhões para o poder público a fim de ter a exclusividade na comercialização da cerveja nas festas da capital baiana. Antes de firmar parceria com a Ambev, a prefeitura de Salvador fez acordos com a Brasil Kirin – hoje Heineken Brasil – e com o Grupo Petrópolis – proprietário da marca “Itaipava”. Os contratos, naquele período, giravam em torno de R$ 25 milhões, conforme informações da própria administração municipal. O governador Rui Costa já tinha se manifestado contrário a esse modelo de venda. Em 2016, o chefe do Palácio de Ondina fez questão de dizer que não adotaria o sistema, pois gera muita “dor de cabeça”. “Na rua, você restringir o consumo é muita dor de cabeça. E é o que está acontecendo nas ruas. As pessoas querem consumir outro produto e não podem. Gente quer trabalhar e não pode vender e vira essa confusão numa festa popular”, afirmou. O prefeito ACM Neto não gostou e condenou a declaração do gestor estadual. “Não é assunto para governador tratar. Antes de opinar sobre isso, ele devia então retirar a exclusividade de vendas da Itaipava na Arena Fonte Nova”, declarou. As informações são da Tribuna da Bahia.

Compartilhe essa notícia

Categorias

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Mais Notícias

image

Rádio acorda cidade