Programa Acorda Cidade comemora 22 anos de jornalismo comunitário

^{Milena Brandão, Rachel Pinto e Andrea Trindade}

Determinação, profissionalismo e disposição para o trabalho. Foram essas as palavras escolhidas pelo âncora Dilton Coutinho para definir a “fórmula mágica” do Acorda Cidade. O programa que escuta e dá voz a comunidade completa nesta segunda-feira, 8 de janeiro, 22 anos no ar.

Para o comendador, “manter-se na liderança durante todo esse tempo não é fácil”. E de fato, não é. Os desafios para alcançar algo assim são diversos: opiniões diferentes, realidades diferentes, situações inesperadas, saias-justas, questões políticas e sociais em diferentes proporções, que exigem de uma equipe seriedade e imparcialidade. E assim tem sido. Somos 18 pessoas voltadas ao desenvolvimento de um trabalho ético e coerente.

Somos 18 que se transformam em um número muito maior quando envolvemos os parceiros comerciais, os colaboradores da Fundação Santo Antônio, as famílias e todos aqueles que de alguma maneira fortalecem o time. Um time que tem uma torcida enorme, que encoraja e que dá sentido ao que nós propomos a fazer todos os dias, bem cedo: a comunidade.

Ajudar e, se possível, resolver assuntos que passam despercebidos, mas que são uma constante na realidade do cidadão. Da iluminação pública à saúde, tudo tem visibilidade. A equipe se compromete, se envolve e como se envolve! Os risos, os choros, a torcida, o pedido de retorno, os presentes, as visitas… por vezes, “vai além do sentimento profissional”, como disse uma ouvinte durante as homenagens hoje no rádio.

Na oportunidade, Dilton também acrescentou a importância do site Acorda Cidade, que há quase nove anos vem crescendo como o maior portal de notícias do interior da Bahia. Com mais de 3, 3 milhões de acessos por mês, o site do programa é acessado em mais de 600 cidades e publica em torno de 50 notícias por dia nos mais variados segmentos.

Não poderíamos deixar de falar do primeiro funcionário do Acorda Cidade, o repórter Aldo Matos, que de tão envolvido com o trabalho até mesmo nas férias reserva um tempo para elaborar as estatísticas do setor policial. Bom de conta que é, ele também contabiliza a quantidade de programas que já foram ao ar nestas duas décadas e a quantidade de dias em que o programa deixou de ser exibido devido a feriados como o do dia 1º de janeiro, Sexta-feira da Paixão, São João e Natal. “São 308 programas por ano e há quatro datas em que o programa não é exibido. Com isso foram 88 dias, nestes 22 anos, em que o Acorda Cidade não foi ao ar. Hoje estamos no programa 6.688”, contabilizou.

Os laços criados ao longo destes anos com nossos ouvintes formam uma das partes mais bonitas dessa história. Dona Hildete, moradora do bairro Rua Nova, é um dos nossos maiores exemplos. “Me sinto honrada e muito feliz de ser a madrinha do programa Acorda Cidade. No primeiro programa eu estava ouvindo. É motivo de muita alegria para mim. Eu sou uma pessoa muito grata a você”, diz.

Gratidão

A palavra do último ano foi gratidão e definitivamente continua sendo. Ao nosso público, gratidão pela fidelidade e audiência. Escutamos e somos escutados. Cativamos tanto quanto somos cativados. A relação é mútua. Prova disso é a Dona Dudu, moradora da fazenda Olhos D’água das Moças. Ela sempre liga para o Acorda Cidade e registra a audiência. Hoje, Dona Dudu não fez diferente. “Agradeço a Deus por esse programa. Parabéns, Dilton, nunca abaixe sua cabeça, continue com suas opiniões. A gente sempre vai em busca da sua ajuda e achamos apoio através do senhor. Agradecer a toda equipe do Acorda Cidade. Já tenho filhos e netos e todos cresceram ouvindo esse programa”, conta.

Quem vê o repórter Paulo José, nosso querido PJ batendo ‘boca de calça’ pelas ruas de Feira de Santana, com o seu alto astral, correndo atrás das notícias e também levando a mensagem de Deus e de fé por onde passa e também para seus colegas de trabalho não imagina a transformação que houve em sua vida, desde que passou a compor a equipe do Acorda Cidade.

Um testemunho que ele sempre faz questão de ressaltar todas as segundas-feiras nas suas orações semanais na redação do site do Acorda Cidade. Um testemunho de mudança e construção do grande ser humano e excelente profissional que se tornou e hoje é admirado tanto pelos seus colegas como pela comunidade de Feira de Santana.

Ele é o repórter do povo e seja no esporte, nas pautas sobre a comunidade e a cidade que ele está sempre lá, correndo atrás da notícia, com bom ânimo e compromisso. PJ, relembra que sua chegada ao Acorda Cidade aconteceu depois de muita insistência e uma forcinha do saudoso amigo Gil Oliveira. Na época muito jovem, ele mesmo considera que era rebelde e que por conta de seu comportamento sentiu um pouco de rejeição ao chegar à equipe – teve algumas mágoas por isso – mas com o coração grande que tem e após tantas mudanças, as mágoas transformaram-se em sorrisos e muita gratidão. E como os cabelinhos brancos, ele nem viu o tempo passar. “Jáaaaa?”. Com o espírito jovem e seguindo em frente ele conta como foi essa experiência e os seus sentimentos em relação ao Acorda Cidade.

“Sou muito grato a Dilton e louvo a Deus pela sua vida. Pela oportunidade que ele me concedeu e é claro que a mágoa não está mais no coração. Ao chegar ao Acorda Cidade eu me lembro que eu fui apresentado pelo saudoso Gil Oliveira que me indicou para apresentar o Toque Esportivo e Dilton fez algumas ponderações com relação a minha presença, minha contratação. Hoje eu até entendo, mas na época eu era tido como uma pessoa rebelde, irresponsável. Realmente não tinha muita responsabilidade, era muito novo. Mas depois de muita insistência, de Gil Oliveira, Dilton terminou cedendo. No decorrer do tempo, passei a ser repórter de VHF rua e eu louvo a Deus porque o Acorda Cidade mudou o meu caráter e eu estou para testemunhar isso. Eu me lembro que um dia eu cheguei meio ressaqueado no programa e ele deu uma palavra no VHF e em off que eu não esqueço nunca. Aquilo foi fundamental para que eu mudasse de atitude e também mudasse os meus costumes. Eu estava fazendo muito barulho no VHF e ele disse o seguinte: ‘Olha, quando você estiver assim não precisa vir trabalhar não, fica em casa’. Eu louvo a Deus e sou muito grato a Deus por isso. Deus usou Dilton através do Acorda Cidade e de lá pra cá foram muitas mudanças. O processo de mudança é contínuo, continuamos a mudança e só louvo ao Senhor pela mudança e oportunidade”, diz.

Para PJ, aquela não foi só uma "bronca" de Dilton, foi um chamado, uma nova chance em sua vida. O repórter hoje, é não só muito respeitado profissionalmente, como também pelas suas relações familiares, sua forma de tratar as pessoas e também pelos laços que coleguismo e amizade. Suas orações são um refrigério para equipe e é ele quem desperta os corações todas as manhãs no grupo no WhatsApp com suas mensagens bíblicas e às vezes uma boa resenha.

“Eu tenho me esforçado para mudar. Tenho certeza e convicção que Deus tem me usado não só para mudar a minha vida, mas para mudar a vida de muitas pessoas da comunidade de Feira de Santana. Essas pessoas que acompanham o Acorda Cidade diariamente na Rádio Sociedade. Que Deus abençoe muito Dilton, para que continue tendo esse coração generoso. Um cara fácil para compreender as pessoas e os seus problemas. O Programa Acorda Cidade me mudou muito profissionalmente, como ser humano, como pai de família. Dilton é um referencial, como profissional, pai de família, amigo e companheiro de trabalho. Dilton você é um cara abençoador e eu sou muito grato por tudo”, finalizou.

Vida longa

A linguagem é simples, o recado é claro: compromisso social. Desde o dia 08 de janeiro de 1996, estamos nos mobilizando. A intenção é permanecer. Um dia de cada vez e alcançaremos mais 30, 40, 50 anos, se Deus quiser. Vida longa ao Acorda Cidade!