Polícia

PMs acusados de participação em desaparecimento de Geovane são soltos

Os três policiais militares acusados de matar e torturar Geovane Mascarenhas foram soltos. Advogado diz acreditar em inocência.

13/10/2014 às 12h05, Por Maylla Nunes

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Os três policiais militares acusados de participarem do desaparecimento de Geovane Mascarenhas de Santana, 22 anos, foram soltos na madrugada do domingo (12).

O subtenente Cláudio Bonfim Borges e os soldados Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva Resende – todos lotados na Companhia de Rondas Especiais (Rondesp) – estavam presos desde o dia 15 de agosto, no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas.

"Tenho absoluta certeza que no decorrer do processo em curso iremos provar, sem margens para dúvidas, a completa inocência dos policiais neste caso", disse o advogado da Aspra, Dinoemerson Nascimento.

O trio responde a um Inquérito Policial Militar (IPM) instaurado na Corregedoria da Polícia Militar – que investiga a conduta dos policiais e pode culminar até com a expulsão da corporação – e também ao inquérito aberto pela Polícia Civil, que apura o homicídio de Geovane.

Geovane foi visto pela última vez com vida no dia 2 agosto, durante uma abordagem no bairro da Calçada.
A prisão dos policiais aconteceu dois dias depois de o CORREIO publicar uma reportagem mostrando o vídeo em que Geovane é colocado no porta-malas de uma viatura da Rondesp.

As imagens foram conseguidas pelo pai de Geovane, Jurandy Silva Santana, que investigou por conta própria o desaparecimento do filho. O corpo do jovem foi encontrado carbonizado e degolado no Parque São Bartolomeu. A cabeça e as mãos foram encontradas em Campinas de Pirajá.

Geovane foi morto por decapitação, revelou um laudo do Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues (IMLNR). Depois da decapitação, o corpo foi carbonizado, além de sofrer mutilações. A ação é classificada no exame como “dantesca”.

Ele foi “vítima de decapitação seguida de carbonização, ações de extrema violência, associadas a requisitos de característica dantesca com a mutilação e retirada das mãos, dos testículos e do pênis e das tatuagens”, diz o laudo. O exame mostrou que não havia fuligem nas vias aéreas do corpo, o que “demonstra que não houve aspiração pela vítima de fumaça enquanto vivo”.

Ainda de acordo com o documento, o corpo foi envolto em um plástico antes de ser queimado. Outra constatação é de que não houve fraturas no rosto ou na cabeça, nem lesões em órgãos e ossos, nem hemorragias. De acordo com o laudo, a arma utilizada no crime foi “objeto cortante ou penetrante”.

A Polícia Civil já havia revelado que a arma usada para matar a vítima foi uma faca. O corpo de Geovane foi encontrado carbonizado e degolado no Parque São Bartolomeu, no dia 3 de agosto. Já a cabeça e as mãos foram encontradas em Campinas de Pirajá, no dia 4. No dia 12, a Justiça decidiu prorrogar por mais 30 dias a prisão dos três policiais militares envolvidos no desaparecimento de Geovane.

A arma do crime ainda não foi encontrada. Segundo o delegado Jorge Figueiredo, diretor do DHPP, a prorrogação foi necessária diante da complexidade da investigação e pela coleta de provas. O delegado preferiu não dar detalhes da apuração. Em razão disso, a conclusão do inquérito também foi prorrogada por mais 30 dias.

Fonte: Correio
 

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