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Referendo sobre separação da Catalunha chega ao fim com repressão policial e feridos

Número de vítimas alcançou 761, segundo o governo regional; votação foi marcada por apreensão de cédulas e violência.

01/10/2017 às 15h49, Por Kaio Vinícius

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O referendo pela independência da região autônoma da Catalunha foi encerrado na tarde deste domingo (1º) em meio a forte repressão policial, centenas de pessoas feridas e queixas na justiça. A votação foi convocada por separatistas e considerada ilegal pelo governo espanhol.

O número de vítimas atendidas por serviços médicos em decorrência da ação policial para reprimir a votação chegou a 761, de acordo com o governo regional da Catalunha.

Três das vítimas estavam em estado mais grave, segundo os serviços de emergência. Nove pessoas foram hospitalizadas. Houve contusões, desmaios e ataques de pânico.

A Polícia Nacional e a Guarda Civil, duas corporações que enviaram um reforço de mais de dez mil homens para a Catalunha, invadiram várias escolas em toda região para apreender urnas e cédulas, na tentativa de impedir a consulta proibida pela Justiça espanhola.

Segundo a Reuters, a polícia espanhola disparou balas de borracha em rua de Barcelona devido a distúrbios envolvendo o referendo.

O Ministério do Interior da Espanha disse que três pessoas foram presas, inclusive uma mulher menor de idade, por desobediência e agressão durante os confrontos. O órgão afirma ter fechado 92 colégios eleitorais do que chamou de "referendo ilegal" na Catalunha. O balanço foi feito até as 17h locais, 12h de Brasília.

A partida entre Barcelona e Las Palmas pela Liga Espanhola foi jogada com portões fechados após os incidentes provocados pelo referendo, segundo o clube. Antes, havia sido divulgado que o jogo seria cancelado.

Votação e reações
O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, disse que os líderes da Catalunha sabiam que o referendo era ilegal, mas seguiram adiante mesmo assim. Ele afirmou que a "harmonia" deve ser recuperada o mais rápido possível e que não vai "dar as costas ao diálogo", mas que vai agir sempre dentro da lei.

O presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, disse que houve "violência injustificada" do Estado espanhol. Ele próprio não conseguiu votar no ginásio onde estava previsto inicialmente, já que a Guarda Civil entrou à força e assumiu o controle.

Puigdemont seguiu para uma seção eleitoral próxima para depositar sua cédula. A alteração foi possível, porque, no último minuto, o governo catalão instaurou um cadastro único de eleitores. Com isso, os 5,3 milhões de catalães convocados às urnas podem votar em qualquer um dos 2.135 postos anunciados.

Puigdemont denunciou "o uso injustificado, irracional e irresponsável da violência por parte do Estado espanhol". Segundo ele, a imagem externa do Estado "continua piorando e chegou hoje a níveis de vergonha que vão acompanhá-lo para sempre".

O governo regional da Catalunha afirmou que o governo da Espanha vai responder "nos tribunais internacionais" pela violência durante o referendo deste domingo.

Fonte: G1

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