Economia

Valor de impostos em produtos pode chegar a 80% no Brasil

O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, João Eloi Olenike, explica como é feita essa conta e por que pagamos tantos impostos.

01/10/2017 às 09h26, Por Kaio Vinícius

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Você já deve ter ouvido falar no impostômetro, o sistema que faz estimativa de quanto já pagamos de tributos federais, estaduais e municipais durante o ano. Em 2017, os brasileiros tiveram que trabalhar 153 dias só para pagar impostos, o equivalente a pouco mais de cinco meses. Em 1987, 30 anos atrás, nós trabalhamos 74 dias, que equivalem a pouco mais de dois meses.

Até sexta-feira, 29 de setembro, o Brasil já tinha arrecadado mais de um trilhão e quinhentos bilhões de reais só de impostos. No Paraná, a arrecadação estadual ultrapassava 86 bilhões de reais. Em Curitiba, o impostômetro registrava, nessa mesma data, mais de dois bilhões de reais em tributos municipais.

O presidente executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, João Eloi Olenike, explica como é feita essa conta e por que pagamos tantos impostos.

“Nós pegamos a tributação que incide sobre renda, sobre patrimônio e sobre consumo. Nós temos, mais ou menos, um percentual em cada uma delas que muda ano a ano, dependendo ou não do aumento da carga tributária. Se aumentar a carga tributária, aumenta, geralmente, a tributação também da pessoa física.”

Os impostos podem representar até 80% de um produto. Quando se compra um tênis importado ou gasolina, por exemplo, mais de 50% do valor deles é de tributos. As passagens áreas têm mais de 20% de impostos embutidos. A vodka é um dos mais caros: 81% do valor total são de impostos. Mauro Mariani, deputado pelo PMDB paranaense, critica o atual sistema tributário brasileiro. Para ele, o sistema é muito complexo e onera a população.

“Se nós ao menos conseguíssemos simplificar o processo tributário brasileiro, já seria um avanço muito grande.”

O Congresso Nacional está discutindo uma proposta de reforma tributária. A ideia é substituir nove impostos por um, o chamado IBS, Imposto Sobre Operações de Bens e Serviços. O IBS substituiria impostos como o ICMS, PIS e IPI. A proposta também prevê o fim da cobrança de tributos em cima de remédios e alimentos. A previsão é de que a reforma seja votada ainda esse ano.

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