Mundo
ONU diz que podem ter sido cometidos 'crimes contra humanidade' na Venezuela
Além disso, pediu ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que estabeleça uma "investigação internacional" sobre as violações de direitos humanos na Venezuela.
11/09/2017 às 09h18, Por Kaio Vinícius
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EFE – O alto comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al Hussein, afirmou nesta segunda-feira (11) que podem ter sido cometidos "crimes contra a humanidade" na Venezuela durante os protestos antigovernamentais, e pediu ao Conselho de Direitos Humanos que abra uma investigação internacional. A informação é da Agência EFE.
"A minha investigação sugere a possibilidade de que possam ter sido cometidos crimes contra a humanidade, algo que só pode ser confirmado por uma investigação penal posterior", apontou o diplomata jordaniano em seu discurso de abertura da 36ª sessão do Conselho de Direitos Humanos (CDH).
Zeid disse que apoia o conceito de uma Comissão Nacional da Verdade e Reconciliação, mas considerou "inadequado" o mecanismo atual, e pediu que seja remodelado "com o apoio e o envolvimento da comunidade internacional".
Além disso, pediu ao Conselho de Direitos Humanos da ONU que estabeleça uma "investigação internacional" sobre as violações de direitos humanos na Venezuela.
O alto comissariado apontou que "há um perigo real" de as tensões no país se intensificarem ainda mais depois que "o Governo esmagou instituições democráticas e vozes críticas, inclusive mediante processos penais contra líderes opositores, utilizou o recurso de detenções arbitrárias, de uso excessiva da força e de maus-tratos de detidos, que em alguns casos equivale à tortura".
Zeid lembrou que a Venezuela é um membro do Conselho de Direitos Humanos e que, como tal, "tem um dever particular na hora de salvaguardar os padrões mais elevados na promoção e proteção dos direitos humanos".
O diplomata jordaniano fez estas observações pouco antes do discurso perante o Conselho de Direitos Humanos do chanceler venezuelano, Jorge Arreaza, e poucas semanas depois que seu escritório publicou um relatório sobre as "extensas" violações de direitos humanos cometidas durante os protestos antigovernamentais entre 1º de abril e 31 de julho, sobretudo por parte das forças de segurança e unidades militarizadas.
A ONU detalhou no relatório o uso de força excessiva e letal, possíveis execuções extrajudiciais, maus tratos e inclusive torturas, detenções arbitrárias e desaparecimentos forçados temporários, revistas ilegais e violentas de moradias particulares, julgamentos de militares contra civis e ataques contra jornalistas e ataques e restrições contra opositores. EFE
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