Disputa pela presidência da Câmara

Tourinho desabafa: 'Não preciso dizer quem é o preferido do governo'

Entre análises e metáforas, o vereador demonstrou mágoa, em entrevista ao Acorda Cidade, deu senhas para colegas da Câmara e o prefeito e afirmou que só vai até onde a ética lhe permitir.

16/08/2017 às 11h54, Por Brenda Filho

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Orisa Gomes

Com oposição marcante ao prefeito José Ronaldo em outros mandatos, mas hoje da base, o vereador Roberto Tourinho (PV) teve o nome lançado para disputar a presidência da Câmara Municipal, fazendo frente ao líder do governo, José Carneiro (PSDB).

A princípio, quem tentou se articular para o pleito foi o presidente em exercício, Everton Carneiro (Tom-PEN), mas o grupo aliado preferiu lançar o nome de Tourinho e assim foi feito. Até ontem à tarde, revelou Tourinho em entrevista ao Acorda Cidade, ele já contava com os 11 votos necessários para eleição, mas como costumava dizer o ex-governador de Minas Gerais Magalhães Pinto, e repetiu o vereador: “Política é como nuvem. Você olha e ela está de um jeito. Olha de novo e ela já mudou.”

O caso é que algo aconteceu e os votos já não são mais garantidos. E embora afirme entender a movimentação política, Tourinho disse que não leva a mudança com naturalidade. Entre análises e metáforas, demonstrou mágoa, deu senhas para colegas da Câmara e o prefeito e afirmou que só vai até onde a ética lhe permitir.

Forças ocultas, mistérios da política…

“A partir do momento em que recebi o convite [para disputar a presidência] desse grupo, que consiste em 10 vereadores, faltaria apenas um vereador para que consagrássemos a vitória. Ontem, quando chegamos à Câmara, tínhamos os 11 votos, porém, forças ocultas, mistérios da política, que entre o céu e a terra existem muitos (…) E essa situação foi revertida. São coisas que, confesso, não consigo digerir, também não consigo encarar com naturalidade”, desabafou.

Preferido do governo

Questionado se tem recebido apoio do prefeito José Ronaldo na disputa, já que também é base, Tourinho ressaltou sua lealdade ao governo, mas fez um retrospecto político lembrando que foi oposição e que isso reflete em um trato diferente. “Não preciso disputar nem dizer quem é o preferido do governo, até porque percebo claramente todas as ações, todas as manobras. Graças a Deus ouço, vejo os gestos, os afagos, a maneira como esse processo tem sido conduzido. Como os dois vereadores compõem a base, não vou disputar aqui, até porque a disputa não é para conquistar coração de ninguém. Não preciso dizer quem é mais e quem é menos o candidato do governo. Particularmente, penso que o tratamento deveria ser igual, que o tratamento deveria ser de companheirismo”, seguiu com o desabafo.

O bom cabrito não berra

Ainda mandando senhas, Tourinho ressaltou que não teme uma derrota, pois com isso garante já estar acostumado, mas as consequências do resultado desta eleição. Segundo ele, toda disputa deixa cicatrizes e ele receia pela cicatrização do processo. “Sinto, pelo caminhar dessa discussão, o que pode vir a acontecer. (…) Posso dizer que [o tratamento] é muito desigual, muito injusto, mas dizem que o bom cabrito não berra ou pelo menos não berra em público.”

Seja o que Deus quiser

Com o nome mantido no pleito, Tourinho afirmou que deseja que até o dia da eleição possa fazer com que as pessoas entendam que a disputa não é política, mas por compromissos éticos e morais, pelo resgate da dignidade e melhoria da imagem de um poder legislativo. “Estamos conversando com esses companheiros e seja o que Deus quiser. Que prevaleça o bom senso. Vamos aguardar esses últimos dias”, arrematou.  

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