Saúde

Pediatra especialista em infectologia esclarece dúvidas sobre vacinação infantil

Conforme Normeide Pedreira, de modo geral, a maioria das vacinas não dá nenhum efeito colateral na maioria das crianças. Entretanto, qualquer vacina injetável pode levar a dor, vermelhidão e inchação no local, e eventualmente algumas vacinas podem dar febre.

26/06/2017 às 19h39, Por Maylla Nunes

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Laiane Cruz

Erros relacionados à vacinação infantil, além das reações que algumas crianças costumam ter, deixam pais receosos e cheios de dúvidas em relação à imunização dos filhos. De acordo com a pediatra especialista em infectologia Normeide Pedreira, são várias as vacinas que as crianças tomam ao longo da vida, mas é preciso ressaltar que a vacinação não é só para crianças, mas também adolescentes, adultos, sejam mulheres ou homens, e também o grupo especial das gestantes e dos idosos.

Conforme Normeide Pedreira, de modo geral, a maioria das vacinas não dá nenhum efeito colateral na maioria das crianças. Entretanto, qualquer vacina injetável pode levar a dor, vermelhidão e inchação no local, e eventualmente algumas vacinas podem dar febre.

“Quero ressaltar que qualquer que seja a reação que a vacina possa causar é muito menos severa do que as doenças que são evitadas por essas vacinas. Nenhum pai e nenhuma mãe deve deixar de dar uma vacina por medo de reações. O que deve ser feito é, ao sinal de qualquer alteração que a criança não apresentava antes de se vacinar, procurar o pediatra pra que possa esclarecer e orientar como manejar essa reação. De modo geral, a gente maneja só com compressa de gelo no local e, se for uma dor muito intensa, usa o analgésico, e se for febre também, que deve sempre ser prescrito por médico. É importante que as famílias entendam que quando uma vacina provoca uma reação forte é uma eventualidade, algo raro”, ressaltou a pediatra.

Contraindicações

A pediatria Normeide Pedreira afirma que geralmente não há contraindicações para crianças tomarem as vacinas, mas caso ela esteja com alguma doença grave ou febre alta superior a 38,5 ºC, ou se essa criança tiver alguma doença que comprometa a defesa do corpo, nestes casos, explica a especialista, são situações em que a criança deve ser avaliada por um médico antes de receber as vacinas. “Deve haver precauções pra que após uma avaliação essa criança possa receber as vacinas sem problemas ou passar por um adiamento”.

Ela diz ainda que, de modo geral, os erros não apresentam consequências muito graves. “Eles não devem ocorrer, mas os prejuízos maiores com os erros estão relacionados à proteção. Eu já atendi vários erros de vacinação ao longo da vida e felizmente esses erros não trouxeram qualquer tipo de consequência pra criança. Na maioria das vezes, os erros vão resultar em falta de proteção, mas quem aplica a vacina deve estar atento para não errar. Os erros não devem fazer parte da rotina”, orienta.

Normeide esclarece também que não existe uma quantidade máxima de vacinas a tomar por dia. O que deve ser observada é a forma como serão aplicadas. “Crianças menores de um ano, por exemplo, não devem receber vacinas nos braços. Devem receber vacinas das coxas e podem receber duas de cada lado, desde que o aplicador guarde a distância entre uma aplicação e outra, e podem receber vacinas via oral. Crianças maiores podem tomar duas vacinas em cada braço, duas em cada coxa, e ainda podem tomar uma vacina por via oral. O que temos que pensar é se elas são seguras e eficazes quando aplicadas simultaneamente. Para a maioria das vacinas da infância isso pode ser feito com bastante segurança, desde que se mantenha a distância necessária entre uma aplicação e outra e que se aplique adequadamente. Entretanto, atualmente se sabe que a vacina contra febre amarela e a tríplice viral, idealmente, devem guardar um intervalo de 30 dias para que se possa ter uma proteção adequada”, recomendou.

Vacinas recomendadas para cada idade

Segundo a pediatra, para a criança, a vacinação começa quando ela ainda está dentro da barriga da mãe, porque a gestante recebe algumas vacinas que vão proteger o bebê nos primeiros meses de vida, quando ele ainda não tem idade para tomar algumas vacinas ou então só tomou uma dose e ainda tem uma proteção pequena.

“Durante a gravidez, as mulheres devem tomar a vacina contra a coqueluche, a influenza e hepatite B, que são de rotina. Ao nascer, a criança deve receber a primeira dose da vacina contra a hepatite B e a BCG, contra a tuberculose. Aos dois meses, a criança recebe várias vacinas simultaneamente: a vacina contra o rotavírus, que é uma diarréia grave; a vacina contra tétano, coqueluche, hemófilos e influenza e hepatite B em uma furada, que é a chamada pentavalente, e recebe a vacina contra a paralisia infantil ou poliomielite”, informou a médica.

Além dessas, segundo Normeide, o bebê de dois meses recebe também a primeira dose da vacina contra pneumococos, uma bactéria que causa pneumonia e meningite graves, principalmente em crianças menores de cinco anos.

“Aos seis meses repete a pentavalente e a antipolio, porque a do rotavírus são só as duas doses aos dois e quatro meses é a de pneumococos, aos seis meses, atualmente, no calendário do governo foi abolida essa dose. Aos três e cinco meses, o calendário de vacinação do nosso governo tem uma vacina contra a meningite, a meningocócica tipo C, que é a bactéria meningococo mais prevalente em nosso meio. Entretanto, 20% das meningites que ocorrem por meningococo no Nordeste são do tipo B, e infelizmente o nosso governo ainda não cobre essa vacina para o tipo B e ela só é encontrada na rede privada”, disse.

A médica afirma que a próxima idade de vacinação coincide dentro da campanha de gripe com os seis meses para crianças menores de cinco anos e na rede privada para qualquer idade. “Aos nove meses é a vacina contra a febre amarela, que atualmente o governo considera que a pessoa está protegida com apenas uma dose, sem reforço, e a partir dos 12 meses que teremos outras vacinas. Aos 12 meses tem a tríplice viral contra sarampo, caxumba e rubéola. Aos 15 meses, ou um ano e três meses, a primeira dose da vacina contra hepatite A e a tetravalente, que é o reforço da caxumba, sarampo e rubéola, e a primeira dose da vacina contra a varicela. Também nessas idades, aos 12 e 15 meses, temos os reforços da meningocócica e da pneumocócica. E então só aos quatro anos de idade que voltamos a ter novos reforços de vacina na infância”, esclareceu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.
 

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