Bahia

Após guerra de espadas se tornar patrimônio, MP faz recomendações à prefeitura de Senhor do Bonfim

Projeto de lei que transforma tradição junina em patrimônio cultural e imaterial da cidade foi sancionado na terça-feira (13).

18/06/2017 às 17h39, Por Kaio Vinícius

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O Ministério Público da Bahia (MP-BA) recomendou à prefeitura de Senhor do Bonfim, no norte do estado, que não promova, prepare, apoie ou coopere com a execução da guerra de espadas na cidade. O município tem tradicição nos festejos juninos e, na terça-feira (13), sancionou o projeto de lei que transforma a tradicional guerra de espadas em patrimônio cultural e imaterial da cidade.

Na recomendação, o MP diz que quem for pego participando da "brincadeira" pode ser preso em flagrante e responder pelo crime previsto na lei de combate à posse e comercialização de armas de fogo e munição. A pena é de três a seis anos de prisão, além de pagamento de multa.

Projeto de lei

A proposta já havia sido aprovada, no final do mês passado, pela Câmara de Vereadores da cidade, por unanimidade. A medida, no entanto, divide opiniões na cidade, porque alguns moradores defendem o fim da prática por conta dos perigos de queimaduras nos participantes. No São João de 2016, ao menos 19 pessoas tiveram ferimentos no município por conta da guerra de espadas.

Tradição

Apesar de perigosa, a tradição é mantida pelas famílias da cidade, que aguardam a chegada do São João para dar início a manifestação cultural. O bairro da Gamboa é ponto de encontro dos "Espadeiros da Gamboa". O grupo tem mais de 70 participantes e se reúne para guerrear há mais de 50 anos.

Durante a guerra, os espadeiros usam roupas e capacetes para se proteger das espadas, mas não dispensam a oração para pedir proteção antes de dar início a tradição.

Em média, cada espadeiro leva 100 espadas para guerra, e algumas famílias chegam a gastar mais de mil reais com o arsenal.
 

Fonte: G1

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