Saúde

Médica alerta sobre as consequências do alto consumo de bebidas alcoólicas para o organismo

A médica Felícia Fernanda Araújo ressalta que a bebida atua de formas diferentes em cada pessoa e a repercussão no organismo depende do teor alcoólico.

29/05/2017 às 14h51, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz e Ney Silva

O serviço de saúde que funcionou durante a Micareta 2017 atendeu muitas pessoas, em sua maioria jovens, completamente embriagadas. O número de atendimentos chamou a atenção ainda do Ministério Público Estadual, que observou o alto consumo de bebidas alcoólicas também entre os adolescentes, dentre os quais alguns entraram em estado de coma alcoólico.

Segundo relatos de foliões e comerciantes do circuito, a razão para tantos foliões embriagados pode ter a ver com uma nova bebida, bastante comercializada durante os dias da festa, chamada Corote, que tem como característica o sabor adocicado, com diversos sabores de frutas, e um teor de álcool de 13%.

A médica Felícia Fernanda Araújo, que trabalhou no posto de saúde instalado no circuito da Micareta 2017, alertou para os perigos do exagero no consumo de álcool. Ela explica que nos casos mais leves, o que a bebida pode provocar é falta de inibição e uma sensação de relaxamento, uma vez que a bebida é rapidamente metabolizada pelo fígado e vai para o cérebro, atuando no sistema nervoso.

No entanto, a médica ressalta que a bebida atua de formas diferentes em cada pessoa e a repercussão no organismo depende do teor alcoólico.

“As bebidas destiladas, como a cachaça, a tequila, o whisky são absorvidas muito mais rápido do que as bebidas fermentadas, e têm um teor alcoólico muito maior. O fígado não tem uma capacidade ilimitada de processar e metabolizar. São só 10 miligramas de álcool que o fígado tem capacidade por hora de metabolizar. Quanto maior a quantidade, o fígado terá maior dificuldade de destruir esse álcool e os efeitos das bebidas, tanto destiladas quanto fermentadas, serão maiores”, informou Felícia Araújo.

A profissional de saúde ressaltou que todos os órgãos do corpo poderão ser afetados pelo alto consumo de bebidas alcoólicas, principalmente o fígado porque ele é o primeiro a processar a bebida.

“Depois vem o cérebro, que é onde a bebida faz uma parte do efeito e pode afetar a memória também, e consequentemente vai criando a hipertensão, porque faz com que os vasos se contraiam, a pessoa vai começar a urinar mais, porque bloqueia um hormônio do corpo, e no final das contas todos os órgãos do corpo serão afetados”, afirmou.

Ainda segundo a médica, em algumas situações a bebida em excesso pode matar. “Quando se fala em beber em excesso em um único dia geralmente a morte é secundária a alguma consequência que a bebida trouxe, a exemplo dos vômitos, pois quando ela vomita e aspira esse vômito, ele vai para as vias aéreas, o que pode obstruir a respiração, e a pessoa ter uma parada cardiorrespiratória ou cardíaca. Quando a pessoa tem um problema no fígado, o álcool pode afetar e levar à morte, mas isso é raro. Geralmente a morte é crônica, devido a cirrose e problemas hepáticos”, completou.

Leia também: Micareta: intoxicação por álcool e agressões físicas foram os principais atendimentos

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