Equipe da UTI do HGCA é capacitada em projeto de humanização

^{Rachel Pinto}

Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros profissionais que trabalham na UTI do Hospital Geral Clériston Andrade (HGCA) foram capacitados em um projeto inovador de humanização de pacientes e visitantes.

O treinamento foi realizado por profissionais do Hospital Moinhos de Vento de Porto Alegre e a enfermeira Tarissa Haack explicou como a iniciativa funciona. Ela informou que o projeto acontece há dois anos em Porto Alegre e tem como objetivo principal a recuperação do paciente através do maior contato com familiares durante o tempo de internação.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Antes de abrir a visita nós pesquisamos o “delirium”, que é uma síndrome, confusão mental do paciente que leva mais probabilidade de morte, maior tempo de internação do paciente. O delirium tem um contexto que agrava muito o quadro do paciente na UTI reduzindo o delirium nós pensamos que poderíamos reduzir o tempo de internação, o tempo de ventilação mecânica, a mortalidade. O nosso resultado foi bem positivo. Vimos que ter o familiar dentro da UTI junto com o paciente nos ajuda com a recuperação dele em todos os sentidos. Consegue fazer o paciente mais orientado, mais acordado e mais seguro”, declarou.

Para a enfermeira, aproximar ainda mais pacientes e parentes dá mais humanidade ao tratamento e segurança. Os profissionais de saúde passam a conhecer mais sobre o paciente, seus gostos e preferências e também os familiares ficam mais tranqüilos.

“O familiar nos ajuda com todo o contexto do tratamento do paciente. A recuperação é mais rápida, fácil e eficiente. A equipe tem uma relação melhor com o familiar dentro da UTI. Antes tínhamos o familiar ansioso, nervoso, angustiado porque não consguia participar do tratamento do paciente e hoje temos um familiar tranquilo, calmo, orientado, que nos ajuda com o tratamento e que está junto com a gente. O nosso objetivo como equipe é recuperar o paciente”, acrescentou.

O coordenador da UTI do Hospital Geral Clériston Andrade (HCGA), médico Lúcio Couto destacou a importância e dimensão do projeto e considerou a proposta revolucionária para a saúde. De acordo com ele, 43 UTI’s de todo o Brasil estão possibilitando para os familiares de pacientes mais tempo de permanência nas visitas.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

“Atualmente temos duas visitas ao longo do dia. Pela manhã e a tarde. Cada uma com direito a dois visitantes. O projeto amplia esse período de visita para dois familiares, orientados para as normas de UTI, com tempo de permanência de até 12 horas ao lado do paciente”, disse.

Lúcio Couto salientou que o projeto piloto que já é desenvolvido no Hospital Moinhos de Vento em Porto Alegre conseguiu reduzir o tempo dos pacientes na unidade de terapia intensiva e houve um resultado muito positivo.

“A redução com o projeto piloto foi de um dia a permanência na UTI. Em um cenário onde há 100% de ocupação de UTI sete dias por semana e com fila de pacientes aguardando leitoes, a redução de um dia de permanência é importantíssima”, enfatizou.

A capacitação com a equipe da UTI do Hospital Geral Clériston Andrade aconteceu ontem e hoje e reuniu médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas e também estudantes.

Para Lúcio Couto, a ideia é que todos abracem o projeto como algo inovador na rotina de trabalho. A duração inicial da atividade é de 30 dias,podendo estender o tempo até 60 dias. Após 30 dias é feita a comparação e com o resultado é feita a compilação dos dados do Brasil inteiro. O Ministério da Saúde avalia os impactos e a proposta é que o projeto de ampliação do tempo de visitas possa ser uma ação incorporada ao Humaniza SUS.

Com informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade