Índios de Alagoas fazem apresentação em escola da rede municipal em Humildes

_{Laiane Cruz}

Um grupo de 23 índios da tribo Kariri-Xoco, do município de Porto Real da Aldeia, no estado de Alagoas, realizou uma apresentação na manhã desta quarta-feira (26), na escola municipal Mãe dos Humildes, no distrito de Humildes, onde levaram artesanato, dança e falaram sobre os costumes da tribo aos estudantes.

Os índios Kariri-Xoco estão em Feira de Santana desde o dia 1º de abril e deverão deixar a cidade no próximo final de semana. Eles participam de eventos em Feira desde o ano de 2010 e se apresentam principalmente em escolas da rede municipal de ensino.

A diretora da escola Mãe dos Humildes, Roza Ribeiro, afirmou que a apresentação foi muito importante para os estudantes, pois eles conhecem a história somente através dos livros.

“Os índios vindo à escola, eles estão conhecendo pessoalmente. Muitos não têm essa oportunidade de ir até as tribos. Então os índios saem da tribo e vêm às escolas. Isso facilita muito para as crianças terem o contato e saber que a história é real, que essa história é o início do povo brasileiro. Eles vêm perdendo o espaço deles, e as crianças precisam saber o que vem acontecendo com a vida dos índios. Muitos têm medo do índio, mas eles são seres humanos, que pensam, estudam, são inteligentes. Nós somos descendentes desse povo e precisamos conhecer as nossas raízes”, afirmou Roza Ribeiro.

O índio Eruã Suira afirmou que o objetivo das apresentações é divulgar a cultura da tribo Kariri-Xoco, para que as pessoas saibam como é feito seu artesanato, danças e sobre as suas necessidades. “As pessoas nos ajudam com doação de alimentos e compram nosso artesanato. E é muito importante que elas saibam mais sobre a vida do índio no nordeste.”

De acordo com Eruã Suira, uma das apresentações feita pelo grupo foi a dança do toré, em que ‘to’ significa som e ‘ré’ sagrado, na língua macrogê. Ele disse ainda que atualmente existem aproximadamente 3 mil índios Kariri-Xoco no nordeste.

Fotos e informações do repórter Ney Silva do Acorda Cidade.