Educação

Empresas juniores oferecem experiência prática dentro das universidades

Surgidas na década de 60 no Brasil, as empresas juniores são um exemplo de empreendedorismo consolidado nas universidades.

10/04/2017 às 11h07, Por Kaio Vinícius

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O desejo de todo estudante universitário é sair da faculdade e conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho. Mas, a realidade é que na maioria das entrevistas de emprego é exigida alguma experiência na função pretendida. O que fazer quando não conseguiu um bom estágio na área? Uma grande oportunidade para os universitários são as empresas juniores, que oferecem algo que não se aprende em sala de aula: a prática.

Surgidas na década de 60 no Brasil, as empresas juniores são um exemplo de empreendedorismo consolidado nas universidades. Constituídas como associação civil, as EJs têm como intuito realizar projetos e serviços que contribuam para o desenvolvimento do país, ao mesmo tempo em que formam profissionais capacitados e comprometidos com esse objetivo. Além de proporcionar o crescimento pessoal e profissional dos jovens, as empresas contribuem para o fomento do empreendedorismo no Brasil, movimento a economia e formação de novos talentos.

Fabine Fernandes, estudante do 2º semestre de Arquitetura e Urbanismo da UFBA, exemplifica bem em como a experiência de participar de uma empresa júnior impacta não somente na vida dela, mas também das pessoas que são beneficiadas com os serviços oferecidos pela iniciativa. "A experiência de estar na Projecta é bem diferente de fazer projetos na faculdade. É aprender arquitetura de uma maneira completamente diferente, pois temos um cliente de verdade ali, uma pessoa com desejos, expectativas e histórias próprias ao invés de uma abstração feita por um professor”, declara.

A estudante revela ainda a oportunidade de desenvolver habilidades que de outra forma não teria acesso. “Trabalhamos com a população de baixa renda e como a arquitetura no Brasil ainda é muito voltada para a elite, na faculdade temos poucas experiências não relacionadas a grandes aparatos públicos ou orçamentos ilimitados”. O diferencial, proporcionado pelo contato direto com o cliente, também contribui no desenvolvimento pessoal. “Sua responsabilidade é com uma pessoa que nem teria acesso a esse serviço se fosse por um escritório de arquitetura tradicional, porque os serviços de um arquiteto têm preços inacessíveis a essa população. Então a responsabilidade é muito diferente também”.

Cenário baiano

Na Bahia, são registradas 34 empresas juniores, distribuídas em Salvador, Alagoinhas, Cachoeira, Feira de Santana, Ilhéus e Juazeiro. No entanto, mesmo sendo uma ótima chance de desenvolvimento pessoal e profissional, poucos jovens conhecem o Movimento Empresa Júnior (MEJ). Isso foi o que mostrou uma pesquisa realizada pela Federação de Empresas Juniores da Bahia (UNIJr-BA) em 2016, que entrevistou 376 universitários, de diversas faculdades e universidades baianas.

Um dos indicadores da pesquisa mostrou que 77% dos entrevistados possui interesse no tema empreendedorismo, mas quase 40% deles não realiza nenhuma atividade além dos estudos. Para ajudar nesse processo, o ingresso numa empresa júnior se torna uma ótima alternativa, tendo em vista que o universitário terá contato frequente com o ambiente corporativo, além de desenvolver competências necessárias para abrir seu próprio negócio.

“Acreditamos no empreendedorismo jovem e entendemos que a aproximação com o ambiente profissional é de extrema importância. Temos ótimos exemplos de empresas bem sucedidas geridas por jovens que passaram por experiências em gestão. O nosso papel é fomentar as empresas juniores, impulsionando assim o crescimento do empreendedorismo no estado”, explica Alanna Marzola, presidente recém-empossada da UNIJr-BA.

A pesquisa também mostrou que a maioria dos entrevistados (73%) afirmou que existe alguma competência que gostaria de desenvolver durante o período de faculdade. Todas as competências citadas são trabalhadas pelos empresários juniores, por meio dos cargos de liderança, dos projetos desenvolvidos e do relacionamento com os clientes.

Ainda segundo o estudo, o MEJ é de interesse de 29% dos universitários entrevistados, só perdendo para o estágio. Entre os benefícios oferecidos pelas Empresas juniores, estão o networking, a valorização do currículo, a experiência em gestão e liderança, o conhecimento técnico e o desenvolvimento pessoal.

No atual cenário econômico, além de se mostrar como uma boa opção para os estudantes, as empresas juniores também tem sido atrativa para os empresários que buscam serviços de qualidade e preço mais competitivo. “O que torna as empresas juniores mais atrativas ao mercado são os preços praticados, aliados à qualidade e ao alto padrão dos nossos serviços”, ressalta Alana. Atualmente, cerca de 800 universitários baianos passam pela experiência de fazer parte do Movimento Empresa Junior e são impactados pelo propósito de transformar o Brasil por meio do empreendedorismo.

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