Um país de impostos altos, órgãos sucateados e serviços falidos

A prestação de serviço público no Brasil vai muito mal e a saúde é dos piores setores. Diariamente o Acorda Cidade recebe apelos de pessoas que precisam de atendimentos médicos, muitos casos de urgência, e está cada vez mais difícil conseguir ajudar. Faltam leitos, medicamentos e especialidades nos hospitais. As cidades cresceram, a população mais ainda e os órgãos públicos encolheram e estão falidos. Há alguns dias a Secretaria de Saúde de Feira de Santana convocou a imprensa para expor o que é evidente para todos: o Samu não evoluiu com a comunidade. Implantado em 1994 com seis viaturas, atualmente circulam três. E este só é um dos exemplos. O pior é que mesmo diante da falta de um merecido retorno, continuamos pagando altos tributos e possivelmente seremos obrigados a pagar mais. O Governo Federal anunciou esta semana rombo de R$ 58,2 bilhões no orçamento e disse que pode aumentar os impostos. Tanto roubo, tanta má administração e nós, que não gerenciamos o dinheiro público, é que sempre arcamos com o prejuízo. Em municípios, estados e Federação os órgãos que vão bem são os que cobram taxas, os demais estão sucateados e a tendência é piorar.

Todos têm culpa

Em entrevista ao Acorda Cidade, o promotor de Justiça, Audo Rodrigues, que assumiu a Promotoria de Saúde e Educação do município, relatou que tem tido um trabalho exaustivo na tentativa de solucionar problemas nessas áreas e fica perplexo com a situação que está acontecendo a nível de país. Na opinião do promotor, municípios, estados e principalmente a União têm culpa nos problemas. A contrapartida da União aos estados e municípios está deficitária, a tabela do SUS está desatualizada há muito anos, e o problema, afirma ele, não é só orçamentário, mas também de gestão. Os três entes públicos precisam, segundo Rodrigues, gerir com a racionalidade necessária para “prover o mínimo da situação básica de saúde à população”. E apesar de esta ser uma fase que aflora o pessimismo no brasileiro, o promotor lembra que é também um momento de forte tentativa de mudança, em que a corrupção tem vindo à tona, políticos estão sendo culpados e integrantes do alto escalão dos governos estão sendo condenados. Para que a situação melhore, afirma ele, a população deve estar ao lado das autoridades que têm o poder de investigar e punir e isso deve ser feito através da denúncia.