Saúde

Acolhimento de pacientes faz parte das ações da Bahia no combate ao suicídio

A depressão é o principal fator associado ao risco de suicídio, e o enforcamento a maneira mais comum, seguida pelo uso de armas de fogo e o consumo de produtos químicos.

28/09/2016 às 16h08, Por Rachel Pinto

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Profissionais de saúde que atuam na unidade de psiquiatria do Hospital Geral Roberto Santos (HGRS) realizaram, nesta quarta-feira (28), uma roda de conversa para tratar do tema ‘Suicídio no Contexto do Hospital Geral’. A atividade, que integra o calendário do Setembro Amarelo na Bahia, contemplou a busca pela melhoria do serviço de identificação e acolhimento a pacientes com comportamento suicida, contribuindo para a parceria entre o serviço de psiquiatria e o Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio (Neps), no atendimento aos casos que chegam ao HGRS.

Foto: Divulgação

Pertencente ao Centro Antiveneno da Bahia (Ciave), também localizado no Hospital Roberto Santos, o Neps oferece tratamento ambulatorial especializado em psicologia, psiquiatria e terapia ocupacional a pacientes com depressão grave e risco de suicídio. De acordo com a coordenadora do Núcleo, a psiquiatra Soraya Carvalho, a unidade fornece, além do acompanhamento assistencial, diversas ações sociais com o objetivo de prevenir que pessoas com emocional vulnerável atentem contra a própria vida. A profissional de saúde mental ainda destaca que com a realização de atividades em prol da inclusão, o Neps insere os pacientes em uma rede de suporte importante para o tratamento.

“Sabemos da importância de se ter uma rede de amigos e social de apoio. Geralmente, as pessoas que se suicidam se sente muito solitárias, como se estivessem à margem do mundo. A rede tem o papel de fazer com elas convivam em grupos e percebam a sua importância na vida de outras pessoas”, afirma Soraya.

No núcleo, os pacientes são envolvidos em diversas ações sociais, entre elas a elaboração do Jornal Galera Vida Neps, que está na 10ª edição; assistem filmes no Cineps em evento bimensal que inclui discussão; compartilham leituras a partir dos livros locados na biblioteca da unidade através da Ciranda Literária; e participam de oficina de criação literária, na qual exercem a criatividade com recursos técnicos oferecidos por profissionais. Ao todo, 50 poesias em formato de livro já foram elaboradas.

De acordo com dados do Núcleo de Estudos e Prevenção do Suicídio, apenas de janeiro a agosto deste ano, o Neps já realizou 2.638 atendimentos, mais da metade do número registrado em todo o ano de 2015, quando a unidade atendeu 3740 pacientes.

Para passar a contar com a rede de apoio do Neps é necessário o agendamento prévio da triagem. Os interessados podem entrar em contato com o núcleo através do telefone (71) 3116-9440 e marcar o procedimento.

Saúde pública

Considerado um grave problema de saúde pública mundial, o suicídio desafia órgãos e entidades públicas diariamente no que tange a prevenção. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada 40 segundos uma pessoa se mata no mundo, o que contribui para um registro anual de mais de um milhão de casos. Com 11.821 casos de suicídios por ano, o Brasil ocupa a oitava posição no Ranking Mundial de Suicídio. No país, 25 pessoas cometem suicídio por dia, ou seja, mais de um caso por hora.

A depressão é o principal fator associado ao risco de suicídio, e o enforcamento a maneira mais comum, seguida pelo uso de armas de fogo e o consumo de produtos químicos. Ainda de acordo com a OMS, para cada suicídio cometido, de 15 a 25 tentativas são realizadas, impactando no gasto público – 2,8% do que é gasto na saúde são utilizados com suicídio e tentativas de suicídio. Os números alarmantes reforçam a importância de campanhas como a do Setembro Amarelo, que promove conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo. 

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