Saúde

Depressão pós-parto afeta de 10 a 15% das mulheres; entenda

De acordo com a coordenadora de psicologia do Hospital Inácia Pinta dos Santos, no Hospital da Mulher, Tatiane Varjão, a depressão pós-parto é um quadro clínico severo e agudo, que requer acompanhamento

27/08/2016 às 19h20, Por Kaio Vinícius

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Laiane Cruz e Ney Silva

A depressão pós-parto é um problema que afeta de 10 a 15% das mulheres durante o primeiro ano de vida do bebê, com maior incidência entre a 4ª e a 8ª semana após o nascimento da criança.

De acordo com a coordenadora de psicologia do Hospital Inácia Pinta dos Santos, no Hospital da Mulher, Tatiane Varjão, a depressão pós-parto é um quadro clínico severo e agudo, que requer acompanhamento psicológico e psiquiátrico. “A depressão não desencadeia no mesmo dia ou mesmo momento do pós-parto. É após 20 dias, com sintomas de irritação, tristeza, choro intenso, incapacidade de cuidar do bebê, insegurança e baixa estima”.

Ela esclarece que até vinte dias do período puerperal é comum que a mulher desenvolva o ‘baby blues’, que se caracteriza por uma tristeza passageira. “É aquele momento em que a mulher tem uma guerra hormonal, perda da barriga, perda de uma vida que ela tinha antes do bebê. Todas as mulheres têm, algumas com intensidade maior, outras menor, devido ao histórico gestacional.”

Tatiane Varjão acrescentou ainda outros pontos que diferenciam uma tristeza normal de uma depressão. “Tristeza é um sentimento e condição típica de todo ser humano. Todos nós sentimos. Agora uma tristeza que é recorrente, que passa de vinte dias, acompanhada de choro intenso, desânimo, isolamento, falta de motivação, aí já é um ponto a ser avaliado”, informou.

Sobre os fatores que levam à esse tipo de depressão a psicóloga alerta que varia de pessoa para pessoa, mas pontuou como exemplo mulheres que sofreram com a depressão na adolescência. Outras causas estariam ligadas à partos prematuros, gravidez precoce, e mães com idade avançada.

“As causas são diversas, mas a partir do momento que esse bebê é desejado, que a mãe consegue cuidar e suprir a necessidade básica, que é amamentar, isso vai ajudar essa mulher a evitar essa depressão. Quando essa mulher idealiza engravidar e vai trabalhando essa autopercepção, com o pré-natal, o psicológico, os cuidados com a saúde, nutrição, a saúde mental e um suporte familiar seguro, essa gestação será tranquila e terá um puerpério tranquilo”, explicou a psicóloga.

Ela revela que atualmente no Hospital da Mulher tem crescido o problema, sobretudo por conta do ideal de mãe que se tem criado na sociedade, e o índice alto de adolescentes sem preparo que chegam ao local, além de mulheres que engravidaram tarde e pensam não ter mais o mesmo vigor.
 

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