Bahia

Festa da Boa Morte destaca resistência negra e diversidade

A Festa da Boa Morte é Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010

16/08/2016 às 11h09, Por Kaio Vinícius

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A resistência das mulheres negras e a diversidade religiosa são os destaques da Festa de Nossa Senhora da Boa Morte, que segue até quarta-feira (17), na cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano. O evento, que acontece desde o século XIX, é bastante expressivo no calendário religioso do estado. Nesta segunda-feira (15), a programação foi marcada por missa, procissão pelas ruas e a tradicional valsa dançada pelas religiosas.

Os festejos são realizados pela Irmandade da Boa Morte. A devoção foi iniciada na Igreja da Barroquinha, em Salvador, e depois transferida para Cachoeira, por volta de 1820, defendendo inclusive o fim da escravidão. De acordo com a tradição, a missão é passada para várias gerações, exclusivamente de mulheres negras. Os rituais têm ampla participação, envolvendo as religiões católica e de matriz africana, e atraem muitos turistas.

"Temos na Irmandade da Boa Morte um exemplo de fé e luta pela liberdade das pessoas escravizadas. Fazemos o justo reconhecimento e trabalhamos para a visibilidade destas mulheres negras, que trazem inegáveis contribuições históricas, além de um grande exemplo de resistência", disse a titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi), Fabya Reis. Ela destacou que as atividades acontecem em pleno período do ‘Agosto da Igualdade’, que resgata outras lutas emblemáticas como a Revolta dos Búzios, ocorrida na Bahia.

A Festa da Boa Morte é Patrimônio Imaterial da Bahia desde 2010. Durante os cinco dias de festividades também ocorrem samba de roda e oferta de pratos tradicionais da Bahia – caruru e cozido. As irmãs vestem-se de vermelho, preto e branco, saindo em procissões com imagens e velas.

"É uma emoção muito grande. Me sinto honrada em dar continuidade ao legado que nossos antepassados nos deixaram", disse a provedora da festa, Nilza Prado, que transfere o cargo para Delecy Jorlanda Freitas, 71 anos, com o desafio de liderar a organização da festa de 2017. Outras autoridades prestigiaram as movimentações desta segunda, a exemplo dos secretários Jorge Portugal (Cultura) e Olívia Santana (Políticas para as Mulheres).

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