Feliz Dia dos Pais

Aprendizados e desafios da 'dor e delícia' de ser pai: um misto de emoções

Para Caetano, o seu jeito de encarar e vivenciar a paternidade, deveria ser algo comum e tornar-se regra. Ele relata que recebe muitos elogios, mas para ele, são funções básicas que um pai deve fazer.

14/08/2016 às 09h53, Por Rachel Pinto

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Rachel Pinto

Pai é quem cria, ama, cuida, educa e aquele que sabe principalmente que todas essas responsabilidades e outras funções que somente eram atribuídas às mães devem ser compartilhadas e vivenciadas em todo o ambiente familiar.

Foto: Paulinho Almeida

É esta forma de ver o mundo que o professor e economista José Caetano aplica no seu dia a dia com a filha Maria Cecília, de 3 anos, e o enteado Henrique, de 8 anos.

A consciência que o papel de pai vai além da figura masculina, faz com que a família possa discutir sobre diversos assuntos, questionamentos, concepções e assim construam um ambiente participativo e igualitário na divisão principalmente das tarefas e responsabilidades.

Foto: Dedê Santana

Sobre estas reflexões acerca da paternidade, ele destaca que chegaram muito forte com o nascimento de Maria. Ele acompanhou toda a gestação da companheira Marcela Prest, que é doula (mulher que dá o suporte físico e emocional a outras mulheres antes, durante e após o parto) e participou também do momento do parto natural e humanizado. Em um misto de emoções e sentimentos, Caetano conta que este foi o primeiro momento que a sentiu presente e pôde amadurecer ainda mais  a paternidade.

Foto: Dedê Santana

“Maria Cecília ressignificou a minha vida, pensando no que é se entender como pai, como responsável pela formação de uma pessoa. É uma tarefa que redimensiona vida em função disso. Tento apresentá-la ao mundo de uma forma que seja menos conflituosa possível, para que ela consiga se inserir na sociedade e tenha as respostas para a sua vida”, diz.
 
A relação de Caetano com a pequena Maria envolve também outros espaços de formação, como a escola. Ele pontua que a sua vivência com o seu pai que era caminhoneiro e já faleceu, apesar de ter sido muito boa não incorporava o fato de que certas funções não eram só da mãe.
 
“Meu pai era caminhoneiro, ficava um tempo fora de casa, mas era muito presente. Porém, nas tarefas de cuidado não era uma participação tão grande. Dar banho, colocar para dormir, por exemplo, era tarefa de minha mãe. Tentamos colocar essas coisas na vida das crianças, também em outros espaços. Tem a ver com a nossa relação com a sociedade e a divisão de tarefas entre homens e mulheres. As mulheres assumem o mercado de trabalho, cuidam das tarefas domésticas e essa divisão igualitária, de compartilhar os cuidados, a criação e o rompimento de convenções sociais formam um passo muito importante”, pontua.
 
Para Caetano, o seu jeito de encarar e vivenciar a paternidade, deveria ser algo comum e tornar-se regra. Ele relata que recebe muitos elogios, mas para ele, são funções básicas que um pai deve fazer.
 
“Acaba que é algo que deveria ser comum, deveria ser a regra dividir as tarefas. Mas, por ser um pouco diferente da convenção normal, surgem comentários elogiosos. São funções básicas que um pai deveria fazer. Gosto dos elogios, mas os elogios ainda são sintomas de como ainda somos uma realidade distante. Deveria ser mais comum porque é muito importante do ponto de vista pedagógico. Não é coisa de outro mundo assumir tarefas que em tese eram da mãe”, acrescenta.
 
Aprendizados
 
O perfil da família e o seu comportamento social demonstram avanços inclusive na personalidade dos filhos. Maria é uma criança ativa, independente e, como todas, vai formando aos poucos os seus entendimentos e percepções.


Foto: Dedê Santana 

O pai Caetano, ressalta que estes aprendizados são muito prazerosos e que é muito bom estar com a filha em todos os momentos.
 
“É um aprendizado todos os dias. Mostra que é possível avançar em uma cultura que é geral das gerações. Tenho prazer em estar com ela em todos os momentos. É bom fazer atividades lúdicas e outras atividades como acordar durante a madrugada. Isso tem que ser exercitado para diminuir a sobrecarga da responsabilidade da mãe. O principal aprendizado na relação com Maria Cecília é de fato como apresentá-la ao mundo. É falar abertamente sobre tudo e não ter segredos. De dizer as coisas, de amadurecer, a questão do corpo. Ele faz perguntas constantes e eu quero saber lidar com isso de forma natural, com muito diálogo, ela é uma menina e por muitas vezes a criação de uma menina é carregada de preconceitos e estereótipos sobre a mulher. Portanto, quanto mais aberto o diálogo e a resposta de todas as perguntas faz com que as coisas possam se ajustar”, finalizou.

Foto: Dedê Santana

Com informações da repórter Orisa Gomes do Acorda Cidade.
 

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