Feira de Santana

Após 3 semanas, termina greve dos médicos do Hospital Estadual da Criança

Em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira (25), o médico neurologista Cleanto Lacerda, representante da categoria, elencou as principais dificuldades enfrentadas pela unidade

25/07/2016 às 17h09, Por Andrea Trindade

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Rachel Pinto

Após assembleia realizada no final da manhã desta segunda-feira (25), os médicos do Hospital Estadual da Criança, que estavam em greve há 21 dias, decidiram retornar as atividades.

A Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil (LABCMI), administradora da unidade hospitalar, informou que os salários atrasados, referentes aos meses de maio e junho deste ano, já estão sendo depositados e, até a próxima sexta-feira (29), estarão quitados.

Segundo a administradora, “os honorários médicos referentes aos meses de julho de 2012 e maio de 2015 estão em aberto porque referem-se a gestões anteriores e que a categoria está em contato com a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) para resolver a situação”.

Em entrevista ao Acorda Cidade na manhã desta segunda-feira (25), o médico neurologista Cleanto Lacerda, representante da categoria, elencou as principais dificuldades enfrentadas pela unidade, fatores que motivaram a greve além dos salários atrasados.

Ele destacou “o sucateamento do atendimento e a terceirização dos contratos”. O médico observou que com o passar dos meses a qualidade do serviço, segundo ele, está piorando, inclusive por falta de profissionais.

“Com o passar dos meses a qualidade do serviço está piorando, a qualidade de material e de atendimento. Antes eram realizadas 400 a 500 cirurgias por mês. Hoje temos que fazer menos por falta de profissionais de anestesistas e de profissionais de outras áreas. A qualidade do material que a gente usa e o cerceamento do tratamento também estão piorando a cada dia que passa. Não é só questão do atraso salarial, mas da dificuldade de tratamento dos nossos pacientes que precisam tanto”, acrescentou.

Inaugurado desde 2010, o HEC ainda não está na funcionando na sua totalidade, segundo Cleanto. Muitos leitos ainda estão fechados na opinião dele isso pode ser considerado uma involução.

“Ainda hoje a capacidade do hospital está funcionando cerca de 50%. Não está funcionando como deveria funcionar. Não está adequado para o tratamento como a gente quer. Nesses seis anos o hospital involuiu, perdeu a qualidade em algumas áreas e a dificuldade tem aumentado”, afirmou.

Entre os fatores que contribuem para o sucateamento do hospital, Cleanto pontuou a demora do repasse de recursos estaduais. O prazo é de 90 dias e de acordo com ele, isso dificulta o gerenciamento das ações. O edital de licitação anual que está lançado também é inferior, comparado ao de seis antros trás. O valor corresponde a quase um milhão de reais de diferença.

Em resposta ao médico Cleanto Lacerda, o deputado estadual José Neto, concordou com as dificuldades e disse que o estado está revendo a licitação e buscando dialogar para solucionar os problemas. Ele reforçou a importância do Hec para a saúde de Feira de Santana e de todo o estado.

“Tenho acompanhado de perto todos os problemas.Temos dificuldades a nível federal. Vamos buscar junto com a secretaria do estado essa interação. As dificuldades que são postas e os desafios não são poucos em todos os aspectos. Vamos continuar defendendo que esse diálogo permaneça, Antecipamos em um mês o repasse para tentar viabilizar melhor esse fluxo. Eu espero que a gente possa aprender muito e tentar solucionar com bom senso e boa vontade as dificuldades hospital que é uma conquista do povo, da população e tem cumprido um papel muito importante na saúde de Feira e do estado”, salientou o deputado.
 

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