Micareta 2016

Coordenadores de bloco e camarotes avaliam Micareta

Este ano, muitas pessoas afirmam que a Micareta teve uma queda de público na rua, assim como a diminuição de blocos particulares.

05/05/2016 às 11h22, Por Maylla Nunes

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Daniela Cardoso

Passado os dias de festa, é hora de se avaliar os pontos positivos e o que precisa ser melhorado. Todos os anos após Micareta de Feira de Santana surgem muitas opiniões e sugestões. Este ano, muitas pessoas afirmam que a Micareta teve uma queda de público na rua, assim como a diminuição de blocos particulares. Os camarotes, por sua vez, trouxeram grandes atrações de repercussão nacional e atraíram um bom público.

O empresário Erivaldo Cruz, da Central Mix, responsável pelo camarote da Central, afirma que foi uma micareta muito boa, apesar da crise. Ele lembrou que todas as atrações de Axé, de grande expressão, estiveram na festa, com exceção de Ivete Sangalo, que recebeu proposta, mas alegou questão de agenda. Ele destacou que a Micareta é uma festa difícil de ser realizada, mas afirmou que Feira de Santana mais uma vez fez uma festa grande com muita gente na rua.

Erivaldo disse que já tinha a expectativa de uma grande festa, mas que a micareta surpreendeu pelo momento de crise que estamos vivendo. Segundo o empresário, esse modelo de Micareta é velho, mas sobrevive, pois é muito forte a participação popular. Ele ainda falou sobre a diminuição de blocos particulares na rua e sobre a influência dos camarotes nessa queda.

“Acredito que uma coisa não prejudica a outra. Na proporção que os blocos foram enfraquecendo, os empresários foram buscando alternativas. As pessoas não querem mais ir para a rua. Elas estão optando por uma comodidade melhor, que os camarotes oferecem. Nossa Micareta está resistindo ao tempo e as mudanças. É uma marca grande, apesar da gente não investir na divulgação. É um modelo ultrapassado, mas continua sobrevivendo. Tudo na vida é um ciclo, as coisas vão passando. Antes tínhamos festa na rua e nos clubes, agora temos a festa na rua e nos camarotes. São mudanças que precisam ser feitas e a redução dos blocos é devido a esse modelo cansado”, afirmou.

O empresário Henrique Silva, do Dicamarote, defende que a micareta de Feira tem várias vertentes. Ele acredita que os camarotes são direcionados para uma fatia de mercado mais madura, pessoas que não querem o contato físico nas ruas, já os blocos têm um público mais jovem.

“O camarote não atrapalha os blocos. A micareta começa a ganhar um norte diferente, assim como já acontece com o carnaval de Salvador. Acredito que a rua vai voltar para a rua e voltar a ser da pipoca. E os camarotes vão fazer festas particulares dentro da micareta. Acho que a avaliação é por esse sentido. A Micareta se fortaleceu e os camarotes investiram com a prefeitura trazendo grandes atrações para a rua”, avaliou.

Henrique Silva comemorou o resultado de vendas, já que, segundo ele, o Dicamarote conseguiu atrair uma demanda que costumeiramente não participa da Micareta de Feira. “Conseguimos vender para oito estados diferentes. Então pra gente a micareta foi muito satisfatória e não temos do que reclamar. Quando colocamos nomes de nível nacional, por si só já abre um leque de possibilidades. Fizemos um trabalho previamente para conseguir trazer pessoas de outros estados”.

Sobre possíveis mudanças, ele considera que a data da festa poderia ser alterada. “Acho que sempre tem o que melhorar. Uma discussão que é sempre muito ampla, é que a data da festa é ruim para o comércio, pois pega o primeiro semestre, onde as pessoas já vem de pagar várias dívidas. Então entre a gente, que faz a festa, há o pensamento de que a micareta deve ser feita no segundo semestre e com isso ainda seria realizada no verão”, destacou.

Diretor de bloco diz que micareta foi dos camarotes

O bloco da praça, um dos mais tradicionais de Feira de Santana, vem fazendo a alegria do folião há 25 anos. Este ano de 2016 o bloco teve uma baixa na venda de abadás. De acordo com o diretor do bloco, Rafael Bullus, a Micareta este ano foi dos camarotes. “A festa vem tendo um declínio a cada ano, mas os grandes camarotes estão trazendo atrações de peso e o público hoje quer estar em um local confortável. Os grandes empresários tiveram essa visão de que o povo quer mudança. Mas a gente não pode deixar a festa de rua morrer”, afirmou.

Ele acredita que a Micareta precisa de mais investimento por parte da prefeitura na questão de divulgação. “A micareta de Feira é uma festa do povo, não é uma festa de empresário, mas falta um pouco de investimento em relação a divulgação. A gente pode perceber que a micareta de Alagoinhas, que ainda será realizada, tem divulgação de outdoor em diversas BRs. Acho que pra micareta de Feira voltar a ter o brilho de antes, tem que ter mais investimento na divulgação”, opinou.

O diretor do bloco informou que esse ano foram 1.200 associados na avenida e ano passado o número foi de 2.500. Ele disse que não tive prejuízos, pois foi tudo planejado. “A crise econômica afastou alguns patrocinadores e atrapalhou um pouco o investimento. A gente estava com uma expectativa para uma grande atração, que animou o Carnaval de Salvador, tentamos, mas quando a gente viu que os patrocinadores recuaram, nós também recuamos, pois não poderíamos ficar no prejuízo”, disse.

Prefeito faz avaliação positiva

O prefeito José Ronaldo de Carvalho considera que a Micareta 2016 foi muito positiva. “Foi uma grande festa do povo, que brincou e se divertiu com paz. Tivemos muito menos violência que em anos anteriores. Tivemos grandes atrações sem cordas, música para todos os gostos. Tivemos momentos maravilhosos na avenida. A limpeza foi muito boa, a iluminação pública, no geral, atendeu ao ponto maior da festa”, afirmou.

Sobre a participação de blocos particulares na festa, ele destaca a importância. “Essa festa nasceu primeiro sem cordas, depois foram surgindo os blocos, que deram uma grande contribuição para a Micareta de Feira de Santana. Quando tem o bloco, ele paga a atração. Esse ano teve Psrico dois dias na avenida, se fosse só pela prefeitura seria apenas um. No ano de 2015 foram realizadas várias reuniões sobre a micareta e esse ano não deve ser diferente. A festa é tão grande que sempre há sugestões”, afirmou.

As informações são dos repórteres Paulo José e Ed Santos do Acorda Cidade
 

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