Feira de Santana

Fórum em Feira de Santana discute a política, economia e desenvolvimento social do país

Para um dos palestrantes só com o fim da corrupção será possível gerenciar a grande riqueza do país de modo a beneficiar a sociedade como um todo.

29/08/2015 às 17h10, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

A importância da política no cotidiano do cidadão e na economia brasileira foi debatida na manhã deste sábado (29) no I Fórum de Conscientização Política de Feira de Santana, no teatro da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL).

Com o auditório lotado, o evento contou com palestras do médico Eduardo Leite, idealizador do fórum, que explanou a sobre a relevância da conscientização política nas escolas; do coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL) Kim Kataguiri,  que discorreu sobre a importância da Economia liberal na democracia, do professor Hélio Ponce, que abordou o crescimento e desenvolvimento econômico: Brasil e perspectiva, e do ex-deputado federal Gerson Gabrielli, que destacou a importância do comércio numa sociedade democrática.

Para o médico Eduardo Leite, a conscientização política nas escolas é imprescindível para a os jovens terem no futuro uma referência do que é ser um bom gestor político. “Toda a sociedade, principalmente os jovens, que será o gestor, o repórter, o engenheiro, o político ou o médico do futuro, precisa ter essa consciência política, de que nós temos que ter realmente gestores competentes e íntegros, sem corrupção e sem essa impunidade que reina com essas penas brandas. O gestor que rouba precisa ser penalizado dez vezes mais que um grande chefe de quadrilha de desvio de carga porque esse dinheiro está tirando é da educação, é da saúde, é da segurança pública. E quero deixar claro que consciência política é diferente de polícia partidária”, declarou.

Para o professor Hélio Ponce, só com o fim da corrupção será possível gerenciar a riqueza do país de modo a beneficiar a sociedade como um todo, refletindo, inclusive na melhoria do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

“Discutimos que a economia brasileira é muito forte, apesar de estarmos passando por uma diminuição no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), por uma recessão. No ano passado fomos a 7ª economia mundial. Infelizmente isso não se reflete em desenvolvimento e qualidade de vida para a população. Temos um IDH muito baixo, e abaixo da posição 50. Se corrigimos a desigualdade ficaremos na posição 94 no mundo. Algo está errado, pois temos muita riqueza, mas há uma incapacidade de gerir essa riqueza. Para reverter esse quadro primeiro precisamos acabar com a corrupção, porque ela esvai uma grande parte dos recursos do país, que está atolado em um mar de lama há algumas décadas. Segundo, precisamos elaborar um planejamento de longo prazo que mova as estruturas do país, e esse projeto de longo prazo tem que ser focado na educação de qualidade para formar profissionais cidadãos, pois só assim conseguiremos mudar esse quadro”, afirmou.

Para o professor, a corrupção não é algo fácil de exterminar, mas o eleitor tem papel fundamental para ajudar a por fim nela. “Não conseguiremos exterminar totalmente porque infelizmente a corrupção ocorre em todos os países do mundo, até mesmo nos desenvolvidos, mas é possível reduzir bastante e acabar primeiramente com as atitudes pequenas do cotidiano de cada cidadão de não tolerar nem as grandes e nem as pequenas corrupções. Os eleitores são corresponsáveis por ela. Obviamente não é o eleitor que vai executar a corrupção, mas o brasileiro por natureza não se envolve no processo político por inteiro, não procura conhecer a proposta do seu candidato e do outro, e vira uma disputa apenas partidária movida por paixão, como se estivessem disputando um BA-VI, além disso, não buscam propostas e qualidade. Mas quero deixar claro que a grande culpa pela corrupção é dos gestores e empresários que pagam e recebem propina”, ressaltou.

O ex-deputado federal Gerson Gabrielli disse que a economia brasileira voltará a crescer quando o governo der mais atenção aos micro e médios empresários, que empregam mais pessoas que as indústrias.

“Somos entre formais e MEIs quase dez milhões de empreendedores, pensaremos em ser 30 milhões, mas infelizmente esses círculos viciados que precisam se tornar virtuosos na economia ceifam muitos sonhos de uma geração de empreendedores. Estamos vivendo em um país de oportunistas e precisamos voltar a ser um país de oportunidades. O comércio hoje é um dos maiores empregadores. Imagina que em uma fase como essa, em que voltamos a ter esse círculo viciado de desemprego, se cada comércio do Brasil empregasse mais uma pessoa, teríamos dez milhões de empregos rapidamente. Mas eles (o governo) não olham para nós, olham para as grandes fábricas do ABC Paulista, de automóveis que empregam poucas pessoas com salários altíssimos, e com mais setores totalmente automatizados. Esquecem que somos milhares de comerciários e comerciantes, micro e médios, que poderiam dar uma resposta mais rápida para a retomada do desenvolvimento do Brasil” destacou.

Sobre os movimentos que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff, Gabrielli explica que está ocorrendo três movimentos simultâneos: um político, um jurídico e um nas esferas econômicas.

“O Itaú disse essa semana que por ele, Dilma não sairia. Ora, os bancos são os setores que mais estão ganhando dinheiro no país, e eles estão tendo bastante lucro. É claro que não querem tirar ninguém que dê lucros a eles. Segundo, a parte jurídica é complexa porque em toda a maioria das estruturas de análise da permanência dela, parte importante está exatamente no Tribunal Superior, onde ela praticamente colocou todo mundo. Essa independência do grupo do Kim Kataguiri é uma coisa boa para o Brasil porque eles fazem parte de uma geração destemida que não tem compromisso com nada a não ser com a sua visão de mundo, que é muito boa para o Brasil”, defendeu.

“ Já a parte política está frágil, mas quem está lá é um bando de parlamentares profissionais, operadores, e que estão avaliando ainda as perdas e ganhos de ela ficar ou sair. Para a economia, os grandes economistas nacionais acham bom que ela fique, já os partidos estão em dúvida. Acham melhor deixá-la sangrando até 2018 para em 2018 mesmo colocar alguém na posição enquanto ela conserta a economia para receber um país melhor ou tirar ela agora e cair numa confederação de interesses do PMDB – esse partido é uma confederação de interesses. Então vamos supor tirar Dilma que não representa nada hoje, nenhum partido, nem ela mesma, para colocar na mão de duas operadoras do Brasil”, concluiu.

Com informações do repórter Ed Santos do Acorda Cidade.

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