Economia
Alta do dólar reflete no preço do pão e consumidores substituem alimento
Há três meses o saco especial da farinha de trigo custava 86 reais e atualmente está custando 107 reais.
23/03/2015 às 17h29, Por Andrea Trindade
Daniela Cardoso
A alta do dólar reflete diretamente no preço de um alimento que é tradição na mesa do brasileiro: o pão. E com o preço lá em cima, os consumidores já começam a substituir o alimento. “Está pesando muito no orçamento. A gente diminuiu a quantidade de pão que compramos e estamos substituindo por outros tipos de alimentos como biscoito, fruta, sopa…”, disse a dona de casa Indira Santana.
O comerciante Fredson Papa também diminuiu a quantidade de pão que compra diariamente e acrescentou outros alimentos ao café da manhã e da noite. “Antes com um real de pão a gente comprava cerca de seis pães, agora só dá pra comprar três. Hoje eu troco o pão por batata doce, banana da terra, cuscuz. Está um pouco difícil comer pão todos os dias”, afirmou.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Panificadores do estado da Bahia e proprietário de uma panificadora em Feira de Santana, Arthur Quitanes, há três meses o saco especial da farinha de trigo custava 86 reais e atualmente está custando 107 reais. Ele afirma que outros aumentos, como o da gasolina e do salário dos funcionários, também impulsionaram o aumento do preço do pão.
“O dólar sempre interferiu no mercado brasileiro e no mundo com as suas variações. Todas as vezes que há aumento do dólar o bode expiatório é o pão. Além disso, tivemos aumento de salário, desde o dia 1° de janeiro, e tivemos aumento da gasolina”, destacou.
Arthur Quitanes informou que atualmente o quilo do pão varia muito em Feira de Santana, mas destacou que algumas panificadoras optaram por não aumentar o valor. Segundo ele, o último reajuste foi feito no dia 15 de fevereiro.
“Tem muita gente querendo aumentar o preço de novo e tem panificadora que ainda não aumentou o valor do pão, mas se continuar assim a tendência é fechar as portas. Com o aumento do preço, as vendas caíram mais de 30%. Os clientes reclamam, mas não temos o que fazer, pois é a realidade”, afirmou.
Fotos e iinformações são do repórter Paulo José do Acorda Cidade
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