Após alta dos preços, gasolina deve sofrer novo reajuste próxima semana

Laiane Cruz

O reajuste do preço da gasolina de R$ 2,79 para até R$ 3,19 preocupa os consumidores feirenses, que temem a previsão de um novo aumento programado pelos donos de postos de combustíveis na próxima semana. De acordo com o motorista Adriano Mamona, já estava difícil manter o veículo circulando com os valores que vinham sendo praticados, agora com o reajuste a situação tende a piorar.

Ele afirma que gastava cerca de R$ 300 por mês para encher o tanque do carro, com o preço da gasolina a R$ 2,79. Com o aumento, a despesa mensal deve aumentar para em torno de R$ 400. “Tá difícil manter carro no Brasil. Além do combustível, ainda tem a manutenção que a gente tem que fazer todo mês”, protestou.

Novo aumento

O proprietário de um posto de combustíveis da cidade, Raimundo Katarino, alerta que o último reajuste foi apenas o primeiro de muitos que poderão ocorrer até o final do ano, e que o preço atual do produto no município é o mesmo que vinha sendo praticado em outubro do ano passado, após as eleições. “Feira tem sido privilegiada, porque ela trabalha sempre com preços inferiores a Salvador, quando na verdade deveria praticar um preço maior por ser uma cidade mais distante da base de abastecimento”, diz.

De acordo com ele, no início de fevereiro haverá um novo reajuste de R$ 0,22 na gasolina e R$ 0,15 no preço do diesel, referente ao PIS/ Cofins, tributo que incide sobre o faturamento industrial.

“Isso é uma face. A outra face é o aumento que a própria Petrobras vai dar em função da importação com o preço do dólar em alta. Além disso, virá um aumento daqui a 90 dias com a volta da CIDE – Comissão de Intervenção do Domínio Econômico, que já foi do passado e está retornando. Com isso, não tomem por surpresa se a gasolina chegar ao final deste ano custando de R$ 4,50 a R$ 5. Esse é apenas o primeiro de longos anos de tormento que nós vamos passar”, declarou o empresário.

Ainda segundo Raimundo Katarino, os escândalos envolvendo os diretores da empresa e um prejuízo de mais 88 bilhões de reais têm provocado problemas no abastecimento. “A Petrobras não vem produzindo a quantidade de gasolina que é exigida no mercado. Isso tem causado faltas crônicas de produto na base. Está faltando e a coisa tende a piorar, devido ao sucateamento da Petrobras. Isso tem influenciado no abastecimento do mercado.”

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) estima um aumento de 8% no preço da gasolina este ano, em todos os postos brasileiros. Segundo a instituição, a hipótese de elevação reflete, em grande parte, o aumento da tributação anunciada pelo governo na semana passada, por meio da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), do PIS e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Com informações do repórter Paulo José do Acorda Cidade.