Bahia
Jacobina inaugura nova fábrica de torres eólicas
Com a fábrica, serão criados 250 empregos diretos e mais 600 indiretos em Jacobina e região.
23/01/2015 às 11h32, Por Kaio Vinícius
Acorda Cidade
Por liderar a corrida pela energia renovável e limpa – com 165 usinas de energia eólica, sendo 33 em operação – a Bahia continua recebendo novas fábricas de equipamentos e componentes industriais para a energia gerada pela força dos ventos. Na próxima sexta-feira (30), no município de Jacobina, a 340 quilômetros de Salvador, será inaugurada a Torres Eólicas do Nordeste (TEN), com investimentos de cerca de 30 milhões de euros. O empreendimento é resultado da união entre a brasileira Andrade Gutierrez e o grupo francês Alstom. A solenidade terá a presença do governador Rui Costa, do secretário de Desenvolvimento Econômico, James Correia, e do presidente da Alstom Brasil, Marcos Costa.
Com a fábrica, serão criados 250 empregos diretos e mais 600 indiretos em Jacobina e região. A planta industrial da TEN, instalada em uma área de 140 mil metros quadrados, terá capacidade para produzir 200 torres de aço para aerogeradores por ano. “Escolhemos Jacobina porque o município está localizado bem próximo aos principais projetos eólicos da Bahia. Vamos garantir mais eficiência nos processos de implantação das usinas, reduzindo os custos logísticos e aumentando a garantia de segurança do transporte destes gigantescos equipamentos”, explica o presidente da Alstom Brasil, Marcos Costa.
A TEN será a terceira unidade eólica da Alstom na América Latina. A empresa possui uma fábrica em Camaçari – para a fabricação de nacelles – e outra em Canoas (RS). A unidade de Camaçari, inaugurada em 2011, com capacidade de produção de 300 MW dobrou sua capacidade já no ano seguinte. Ano passado, com a adoção do terceiro turno, a capacidade local de fabricação e montagem subiu de 600 MW para 900 MW por ano.
Nova dinâmica na economia
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, James Correia, a energia eólica vai garantir uma nova dinâmica na economia do Nordeste – 80% dos parques eólicos estão nessa região, e mais especificamente, no semi-árido baiano. “É uma região com pouca diversidade econômica, que agora ganha uma nova fonte de riquezas. Quando todos os projetos estiverem em operação, em 2020, serão gerados cerca de R$ 30 milhões mensais para os proprietários rurais do semi-árido. Além disso, ainda tem os empregos gerados na operação do sistema e, agora, na nova fábrica de torres da Alstom/Camargo Correia”..
Em 2014, a Bahia terminou o ano na liderança da corrida pela energia eólica, sendo o único estado a ter mais de quatro GW contratados, distribuídos em 165 empreendimentos. Desse total, 33 estão em operação, o que representa 841 MW espalhados em diversos municípios baianos – Brotas de Macaúbas, Sobradinho, Guanambi, Igaporã, Caetité, Sento Sé, Casa Nova, Bonito, Morro do Chapéu, Cafarnaum, Pindaí, Gentio do Ouro, Licínio de Almeida, Campo Formoso, Riacho de Santana, Itaguaçu, Umburanas, Mulungu do Morro e Xique-Xique.
A expectativa para este ano é que seja superada a marca de um GW em operação. “Em 2015, caso projetos eólicos contratados venham a se equiparar aos de hidrelétricas em funcionamento, os ventos se tornarão a maior fonte da matriz energética da Bahia até o ano de 2020”, explica o secretário.
Com investimentos de R$ 3,4 bilhões, a Bahia concentra a maior parte dos parques de energia eólica e solar a serem instalados no país, a partir de 2015 – com previsão de entrada em operação em 2017. O estado foi o principal destaque do penúltimo leilão de energia, realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em fins de outubro de 2014. Dos 62 projetos vencedores, 30 serão instalados em solo baiano (14 solares e 16 eólicos). Juntos, eles serão responsáveis pela geração de 773,1 MW.
Cadeia produtiva
A Bahia é líder de investimentos na cadeia produtiva eólica, resultado, segundo James Correia, de uma política agressiva na captação de projetos e de indústrias para o setor. Na área de pesquisa e suporte à cadeia produtiva, o governo estadual realizou, em 2013, a atualização do Atlas Eólico do Estado da Bahia, utilizando novas tecnologias para indicar as melhores áreas de potencial eólico no território baiano e as principais características do vento a até 150 metros de altura. O estudo identificou sete áreas com grande potencial eólico – Serra do Sobradinho, Serra Azul, Morro do Chapéu, Serra da Jacobina, Serra do Estreito, Caetité e Novo Horizonte, este último o ponto mais alto da Bahia.
A planta da espanhola Gamesa em Camaçari vai atingir a marca de 500 empregos diretos após a conclusão da sua ampliação este ano. A nova unidade vai fabricar nacelles (caixa do rotor do aerogerador) com capacidade instalada de 400 MW/ano. A planta existente monta turbinas para aerogeradores. A empresa iniciou suas atividades na Bahia em 2011 e já investiu um total de R$ 450 milhões na fábrica.
A Torrebras, primeira fábrica de torres eólicas da Bahia, será ampliada, aumentando sua capacidade de produção de 200 para 300 unidades ao ano. A empresa do grupo espanhol Daniel Alonso investirá R$ 47,5 milhões e vai gerar 125 novos empregos diretos. A unidade, inaugurada em maio de 2013. no Polo Industrial de Camaçari, emprega atualmente 278 pessoas.
A Acciona Windpower, filial da espanhola Acciona, conta desde março de 2013 com uma planta em operação para a fabricação de cubos e, no final do ano passado, foi complementada com uma fábrica de nacelles. A unidade, localizada em Simões Filho, tem capacidade para a montagem anual de 135 cubos eólicos (peças que concentram as hélices das torres geradoras de energia) e gera 210 empregos diretos e indiretos.
Em Camaçari, a Tecsis está implantando uma unidade industrial para fabricação de pás e acessórios para geradores eólicos, com investimento total estimado em R$ 100 milhões, previsão de faturamento anual de R$ 400 milhões e capacidade de produção de quatro mil pás/ano. Ao final de sua implantação total, em 2018, a fábrica deverá empregar diretamente 3.500 trabalhadores.
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