Polícia

Mais de 60 mil litros de combustíveis foram apreendidos durante operação

A operação continua e vai se estender a todo o estado com a finalidade de combater a prática.

17/10/2014 às 16h41, Por Andrea Trindade

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Andrea Trindade

Mais de 60 mil litros de diversos combustíveis e solventes foram apreendidos durante a Operação Mutação, deflagrada na manhã desta sexta-feira (17), na Região Metropolitana de Feira de Santana, para combater um esquema criminoso de adulteração de combustíveis em larga escala na cidade de Amélia Rodrigues. 

Foto: Aldo Matos/Acorda Cidade

A maioria deles, de acordo com o Ministério Público, foi apreendida em uma borracharia e um galpão localizados também em Amélia Rodrigues. De acordo com o promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Gaesf), Luis Alberto Vasconcelos, essa quantidade é simbólica, pois não representa a imensa quantidade de combustível que realmente está circulando em Amélia Rodrigues. O valor do material apreendido ainda não foi estimado.

Além dos combustíveis, foram apreendidos três armas de fogo, 70 cartuchos de munição, 11 celulares, um computador, mais de R$ 9 mil em espécie, R$ 14 mil em cheques, e vários documentos, entre eles os de propriedade de veículos particulares e carretas.

Segundo o promotor, duas pessoas foram presas em flagrante e outras duas foram presas temporariamente. Erick Luiz da Silva Santos e José Luiz Santos Júnior, presos por mandados, vão responder por crime de adulteração de combustível e formação de quadrilha. Os dois são filhos de José Luiz Santos, considerado o principal articulador da organização criminosa, que se encontra foragido. De acordo com o MP, as equipes continuam em atividade para cumprimento dos seis mandados de prisão restantes.

“Os combustíveis eram distribuídos, furtados, desviados, dos caminhões que transportavam os combustíveis e muitas vezes eram misturados a solventes como forma de baratear o valor do produto para colocá-lo no mercado com preço mais baixo, prejudicando assim os demais comerciantes, que pagam impostos e atuam de maneira regularizada”, disse o promotor.

De acordo com ele, a operação continua e vai se estender a todo o estado com a finalidade de combater a prática. Todos os nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
 

A operação

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Durante a operação realizada pelo Ministério Público com o apoio das polícias Civil e Rodoviária Federal, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão nas cidades Feira de Santana, Amélia Rodrigues e Conceição do Jacuípe.

Pelo menos 44 viaturas e um helicóptero da PRF, um caminhão-guincho e um caminhão-tanque foram utilizados na ação que contou ainda com a participação de oito promotores de justiça, além de delegados, escrivães e mais de 150 policiais.

A ação está sendo realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes contra a Ordem Tributária (Gaesf), Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Promotoria Regional Especializada no Combate à Sonegação Fiscal de Feira de Santana e a Promotoria de Justiça de Amélia Rodrigues, com o apoio do Núcleo de Inteligência Criminal (NIC), do Ministério Público estadual; pela Polícia Rodoviária Federal (PRF); Superintendência de Inteligência (SI), da Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP); Agência Nacional do Petróleo (ANP) e pela Inspetoria Fazendária de Investigação e Pesquisa (Infip), da Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (Sefaz).

O esquema – De acordo com o Ministério público, durante três anos de investigação, apurou-se que parte da carga de cerca de 200 caminhões-tanque que trafegavam por Amélia Rodrigues diariamente era desviada para pontos (conhecidos como “Bodes”) onde ela era subtraída e comercializada a postos revendedores de combustíveis. Lá, homens chamados de “bodeiros” rompiam os lacres dos caminhões, subtraíam as cargas e depois adicionavam solventes para posterior comercialização de combustível adulterado na região de Feira de Santana. Segundo as apurações, o esquema incluía também emissão de notas fiscais falsas com o objetivo de legalizar o produto adulterado, indicando crimes de sonegação fiscal.

As investigações contaram com interceptações telefônicas, pelas quais se constatou a participação de policiais civis e militares na quadrilha. Em troca de propina, eles teriam fornecido proteção ao esquema criminoso.

Com informações do repórter Aldo Matos do Acorda Cidade

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