Aniversário

Feira de Santana chega aos 181 anos com bairros maiores que cidades

Para homenagear a Princesa do Sertão, os repórteres do Acorda Cidade conversaram com moradores de bairros e conjuntos e contam um pouco das histórias.

18/09/2014 às 06h09, Por Andrea Trindade

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Daniela Cardoso e Orisa Gomes

Com 612 mil habitantes, Feira de Santana cresce mais que a média nacional. A cidade é a sexta maior do interior do país e tem população superior a oito capitais estaduais – Cuibá (MT), 575.480; Florianópolis (SC), 461.524; Porto Velho (RO), 494.013; Macapá (AP), 446.757; Vitória (ES), 352.104; Rio Branco (AC), 363.928; Boa Vista (RR), 314.900; e Palmas (TO), 265.409. Parte do que evidencia essa grandiosidade são bairros e conjuntos que já possuem estrutura de cidade; maiores, inclusive, que muitas cidades baianas. São as nossas “cidades” em Feira!

Para homenagear os 181 anos da Princesa do Sertão, comemorados nesta quinta-feira (18), os repórteres do Acorda Cidade conversaram com moradores de algumas dessas comunidades e contam um pouco das histórias. A começar pelo bairro Tomba.

Localizado na zona sul de Feira, o Tomba é o bairro mais populoso da cidade, com cerca de 55 mil habitantes. Dados históricos revelam que o bairro surgiu após a construção da Fazenda Olhos D'Água e era apelidado, preconceituosamente, de Morro do Macaco, por abrigar pessoas pobres.

Com o tempo, foi construída uma estrada de ferro que ligava o sertão ao Recôncavo, e sempre que o trem passava por alí, tinha que diminuir a velocidade e colocar os passageiros para andar, caso contrário o trem tombaria, nomeando o local como: "O lugar que o trem tomba" (depois somente Tomba).

Hoje o bairro tem um comércio forte, núcleo industrial com grandes empresas, rede bancária, policlínica, agência dos correios, loteria, postos de gasolina, lojas de conveniência e uma feira livre na Praça Macário Barreto.

A comerciante Ednalva Rodrigues, que trabalha na feira livre há 15 anos, afirma que gosta muito do bairro, assim como do trabalho que faz. Segundo ela, com o dinheiro do trabalho na feira, ajuda nas despesas domésticas e médicas.

“Gosto muito desse bairro, me sinto bem em viver aqui. É um bairro bom para trabalhar, para morar. Aqui tem de tudo que a gente precisa. É um bairro ótimo”, afirmou.

Entre os setores que precisam melhorar, ela destaca segurança. “Está tendo muito violência e precisa de mais segurança. Esses dias até que estão calmos, mas houve um tempo em que a gente trabalhava com medo”, afirmou.

Feira X


 

Maior conjunto habitacional de Feira de Santana, o Feira X é confundido por muitos como bairro e é até maior que alguns bairros da cidade. Pertencente ao bairro Muchila, o Feira X possui um forte comércio, com dois grandes supermercados, rede de farmácia, lotérica, além de escolas municipais e estaduais e policlínica.

O repórter Ney Silva esteve no conjunto e conversou com o aposentado Avelar Araújo, que é natural do estado de Sergipe e mora no local desde 1985. Antes do Feira X, ele já morou nos bairros Tanque da Nação e Rua Nova. O aposentado disse que só sairia do Feira X se fosse para voltar para sua cidade natal.

“Meus filhos cresceram aqui, estudaram e hoje não sairia daqui se não fosse para minha cidade natal, que é Lagarto. Aqui é muito bom, temos posto de saúde, escola, banco, casa lotérica, supermercado, temos tudo. Hoje considero o conjunto como uma cidade”, afirmou.

Avelar Araújo lembra que quando chegou ao Feira X, o local era estranho, deserto, tinha muito mato, não tinha calçamento e nem esgoto, mas que com o decorrer do tempo as coisas foram melhorando e hoje ele considera um dos melhores lugares da cidade para se viver.

Assim como a moradora do Tomba, Avelar também cita a segurança como o item que precisa melhorar. “Aqui não tem policiamento, tiraram o posto policial e a gente não vê um policial na rua. Mesmo assim aqui não existe tanta violência se comparado a outros locais. A gente ainda consegue andar tranquilo”, afirmou.

Cidade Nova

Situado na zona norte de Feira de Santana, o bairro Cidade Nova surgiu de dois conjuntos habitacionais da URBIS: o Feira I e o Feira II. A separação é perceptível pelos nomes das ruas: as do Feira I são nomeadas por letras e números, enquanto as do Feira II receberam nomes de jogadores de futebol e cidades do interior baiano.

Como o nome já diz, o bairro Cidade Nova é também uma cidade dentro de Feira. Com comércio forte, atende não só aos moradores locais como aos de bairros vizinhos, a exemplo do Parque Ipê, Campo Limpo, Feira VI e George Américo, além dos distritos Matinha, Tiquaruçu e São José. Tem agências bancárias, casas lotéricas, Correios e o Terminal Norte, por onde passam milhares de pessoas por dia. No bairro, o repórter Ed Santos conversou com os moradores Joselito Silva Lima e Amaro Simões da Silva.

O aposentado Joselito mora no bairro há 41 anos. Ele afirma que gosta muito de morar no local e não pretende se mudar por nenhum algum. “Aqui está ótimo, melhorou muito. Antes não tinha calçamento, agora já tem, aqui não falta água, tem diversos serviços, a feira todo dia, então não falta nada”, disse.

Amaro Simões da Silva, que tem 82 anos, sendo 42 anos morando no bairro, também elogia a estrutura do local. “Aqui é tudo de bom, não falta nada. A estrutura é boa, não preciso sair daqui para nada. Aqui tem tudo. Quando vim morar aqui no de 1971 não tinha nada, mas hoje tem tudo”, destacou.

Informações dos repórteres Paulo José, Ney Silva e Ed Santos.

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