Polícia

Geovane queria noivar e comprar casa; 'muito querido', diz namorada

Corpo dele será sepultado neste domingo na cidade de Serra Preta, na BA. Causa da morte ainda é apurada; rapaz sumiu após abordagem da polícia.

24/08/2014 às 10h25, Por Maylla Nunes

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Geovane Mascarenhas de Santana, de 22 anos, que tinha desaparecido após abordagem de policiais militares e foi encontrado morto em Salvador, pretendia noivar no mês de setembro. Segundo Jamile Santos, que namorava com a vítima há dois anos, os dois já faziam planos para o casamento.

"A gente morava junto, ia noivar em setembro. Como a gente morava de aluguel, estávamos tentando comprar a nossa casa. Agora a minha casa está fechada, eu estou desempregada. Isso embaralhou tudo na minha vida. Ele era uma pessoa muito especial pra mim", lamenta.

Geovane desapareceu no dia 2 de agosto e os restos mortais dele foram encontrados no dia 3. O rapaz foi decapitado, carbonizado, teve duas tatuagens removidas do corpo e os órgãos genitais retirados. Os três policiais que abordaram Geovane foram identificados e presos. A causa da morte está sendo investigada.

"Até agora quero entender o porquê de tanta crueldade. Não sei quais foram os motivos. Não consigo entender como uma pessoa faria isso. Foi muito angustiante", conta Jamile. Geovane será sepultado neste domingo no município de Serra Preta, a 155 km de Salvador. Dois ônibus foram alugados para levar parentes e amigos para a cidade.

"Tem ônibus e ainda outros carros particulares indo pra lá. Acho que vão mais de 200 pessoas. Ele era uma pessoa muito querida", acrescenta Jamile.

Defesa

Os policiais suspeitos prestaram depoimento por cerca de onze horas na sede do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). Segundo o coronel Alfredo Castro, os PMs afirmam que o rapaz foi abordado por ter características semelhantes às de um assaltante que teria roubado uma mulher na região da Calçada.

Eles sustentam que levaram Geovane até a mulher, mas ela não o reconheceu como o ladrão e depois disso ele foi liberado. "Eles já foram ouvidos várias vezes na Corregedoria e duas na Polícia Civil, e sustentam a mesma versão", destaca o coronel. A PM deve concluir a investigação em 30 dias.

Os três policiais suspeitos são: Cláudio Bonfim Borges, Jailson Gomes de Oliveira e Jesimiel da Silva Resende. Um deles é subtenente, com mais de 20 anos de atuação, e era comandante da guarnição. Os demais têm 11 e 14 anos de polícia.

A justiça decretou a prisão temporária dos três, por 30 dias, para evitar intimidação a testemunhas, familiares da vítima, e que se percam provas do crime, segundo o delegado-chefe Hélio Jorge.

Caso

Geovane Mascarenhas de Santana desapareceu após uma abordagem policial no dia 2 de agosto, na Calçada. Toda a ação foi registrada por câmeras de segurança de um prédio do local da ação. A família fez buscas por mais de 10 unidades de polícia e denunciou o caso à imprensa.

As imagens mostram o momento em que Geovane, que estava em uma motocicleta, desce do veículo após uma abordagem policial. Pelas imagens, três policiais descem de uma viatura, sendo que um deles desfere um tapa no rosto do jovem, que estava com as mãos para o alto. Logo após, um outro PM chuta as pernas do jovem, que cai ajoelhado.

Ainda conforme as imagens, o jovem é revistado e conversa com um dos PM's, sendo que em seguida a moto dele é vistoriada. Durante a ação, algumas pessoas passam pelo local. Após a averiguação do veículo, um policial tira a moto da rua. Enquanto isso, as imagens mostram o porta-malas da viatura sendo aberto e depois fechado. O rapaz não aparece mais nas imagens. Toda a ação dura seis minutos. As informações são do G1.

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