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Policial suspeito de morte de bebê em Amargosa é transferido de cidade

Segundo corregedora, investigador irá atuar no município de Castro Alves. Morte de menina revoltou população e resultou em uma série de ataques.

24/07/2014 às 10h53, Por Kaio Vinícius

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O policial civil suspeito de atirar e matar um bebê em Amargosa, a cerca de 200 km de Salvador, no dia 16 de julho, foi transferido para o município de Castro Alves, situado no recôncavo baiano, segundo informou ao G1, na manhã desta quinta-feira (24), a corregedora-chefe da Polícia Civil da Bahia, Heloísa Brito.

A morte gerou revolta entre os moradores, que resultou em 30 motos, 18 carros e um ônibus incendiados, além da delegacia da cidade. "Ele tinha que ficar afastado [de Amargosa] para não poder influenciar as investigações. Como foi transferido, não tem por que continuar afastado", disse a corregedora.

Heloísa Brito informou ainda que aguarda o resultado da perícia feita pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT) e o encerramento das coleta de depoimentos para concluir o inquérito do crime. A investigação tem prazo de 30 dias para ser concluída.

No sábado (19), a delegada titular da Delegacia de Amargosa, Glória Isabel Santos Ramos, foi exonerada do cargo. O lugar dela foi assumido pelo delegado Adilson Bezerra de Freitas, que estava na cidade de Castro Alves. Heloísa Brito informou que ainda não foi definido o novo local de trabalho da ex-delegada de Amargosa. Onze dos 14 presos libertados pela população logo após o crime já foram recapturados. Três continuam soltos.

Carlos Raimundo de Jesus Cardoso, investigador suspeito, prestou depoimento na Corregedoria da Polícia Civil, em Salvador, na quinta-feira (17). Ele nega ter atirado na criança e a Polícia Civil informa que só a perícia vai poder constatar a origem do disparo. O policial militar que estava com ele durante a ação também foi ouvido pela delegada Andreia Cardoso. Os dois foram liberados após prestarem depoimento.

Versões do crime

O policial civil suspeito do crime informou que perseguia um homicida foragido da Justiça. Ele relatou que, antes, recebeu um telefonema que denunciava a presença do traficante "Bolacha" no bairro Catiara. Segundo a Polícia Civil, a denúncia recebida informava que o traficante estava desmontando uma motocicleta furtada do Fórum da cidade. Ao se dirigir ao local, a equipe policial teria visto o traficante, de prenome Ricardo, acompanhado de dois homens. O policial informou que ele escondia uma arma sob a camisa e reagiu à abordagem atirando.

O policial afirmou que atirou duas vezes em direção ao suspeito em via pública, negando ter disparado dentro da casa da criança ou no quintal. Afirmou que o traficante entrou na casa e que uma mulher já saía de um dos cômodos com uma criança ferida nas mãos. O policial alega ainda que socorreu a criança.

A versão é contrária aos relatos dos familiares e dos moradores, que negaram ter tido troca de tiro, apontando a ocorrência de apenas três disparos. O pai da criança, Luis Carlos Silva, de 22 anos, disse que uma pessoa entrou na casa e um padeiro disse que essa pessoa era ele. Familiares confirmaram que os policiais prestaram socorro, mas depois de insistência. "Eles só deram socorro e levaram minha filha para o hospital porque a população chegou em cima", disse o pai. As informações são do G1.
 

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