Família ocupa prédio da Filarmônica 25 de Março; Defesa Civil diz que imóvel pode desabar

^{Daniela Cardoso e Ney Silva}

O prédio da Filarmônica 25 de Março, na Rua Conselheiro Franco, centro de Feira de Santana, pode desabar. É o que consta no relatório de inspeção de uma equipe da Defesa Civil de Feira de Santana. Para piorar ainda mais a situação, uma família e um homem ocupam o prédio. A engenheira Elenice Santana, que fez a inspeção, confirma que o imóvel histórico está em condições precárias.

“O prédio está em ruínas e tem duas famílias morando aqui há vários anos, com crianças recém-nascidas. Tem dois bebês de menos de um mês de vida. Já formalizamos uma visita técnica, montamos um laudo e encaminhamos para a presidência da 25 de Março e para o município”, informou a engenheira.

Ela destaca que o prédio tem que passar por uma reforma geral na estrutura e que até mesmo as pessoas que passam em frente à Filarmônica 25 de Março correm risco, já que as placas de alvenaria estão soltas e podem cair. “O telhado tem que ser recolocado, pois está desabando. Algumas paredes também já estão desabando, o piso é de madeira e está totalmente em ruínas”, relatou.

O presidente da Filarmônica 25 de Março é o secretário de Planejamento Carlos Brito. Ele reconhece a situação e disse que está em busca de recursos para reformar o prédio, que tem tombamento provisório.

“Quando assumimos a presidência, há cerca de 6 anos, já tínhamos essa situação. Tínhamos também uma situação judicial, que já foi resolvida. O laudo da Defesa Civil já condenou o prédio e recomenda a retirada das famílias. Já pedimos à secretaria de Assistência Social do município que mandasse um assistente social, pois são famílias em risco. Com a situação judicial resolvida, já podemos resolver o problema do telhado. Agora vamos dar entrada na lei de incentivo fiscal, pois o projeto de reforma já está pronto”, explicou.

Marquises de prédios no centro comercial de Feira estão em situação irregular

A maioria das marquises de casas comerciais e de prédios do centro comercial de Feira de Santana também está em situação irregular, apresentando infiltrações e fissuras em níveis elevados, o que segundo a engenheira Elenice Santana, que participou de um trabalho de inspeção da Defesa Civil, pode causar acidentes. Ela destacou que, caso uma marquise venha a cair sobre uma pessoa, o único responsável é o proprietário do imóvel.

“Observamos que a maioria das marquises, principalmente na área comercial, não recebe manutenção periódica. Parte delas está escondida atrás das fachadas das lojas e essa é a grande preocupação. A gente não consegue visualizar todas, somente aquelas que estão aparentes”, afirmou.

Elenice Santana disse que os donos de imóveis onde foram encontradas irregularidades nas marquises foram aconselhados a fazer a manutenção, ao menos, uma vez por ano. “Quando constatamos o fato muito grave, nós orientamos os proprietários dos imóveis, mostramos a situação e até onde pode ocasionar um problema. A manutenção é uma ação simples e prática, que pode prevenir acidentes”, destacou a engenheira.