Bahia

Criança morta dentro de casa é enterrada com cortejo em Amargosa

Após enterro, moradores pediram por justiça em frente ao fórum da cidade

18/07/2014 às 07h36, Por Andrea Trindade

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Foi sepultado na tarde desta quarta-feira (17) o corpo da criança morta ao ser baleada por um tiro durante perseguição policial. O crime ocorreu na noite de quarta-feira (17) e desencadeou uma séria de ataques na cidade.

O corpo da criança foi levado ao cemitério da cidade acompanhado de familiares e amigos pelas ruas de Amargosa. O enterro ocorreu por volta das 17h. Após o enterro moradores fizeram uma roda e pediram por justiça em frente ao fórum da cidade.

O policial civil suspeito de atirar e matar uma criança explicou sua versão à Corregedoria da Polícia Civil, em Salvador. O PM que participou da ação também foi ouvido pela delegada Andreia Cardoso. A versão é contrária aos relatos dos familiares e dos moradores.

Os ataques destruíram a delegacia da cidade. Carros, motos e ônibus foram incendiados pela população. Durante a ação, 49 veículos foram destruídos.

Muito abalado e amparado por amigos, o comerciante Luis Carlos Silva, de 22 anos, chegou por volta das 15h para o velório da sua única filha, de apenas um ano e um mês. A menina foi baleada na cabeça no momento em que estava no colo do pai, no sofá. "Estava com minha filha no braço, vendo televisão, ela me dando beijo, quandos os dois policiais entraram e atiraram. Ela foi baleada no meu colo. Eles nem ligaram para dar socorro, mandaram eu ir para a desgraça", disse.

Um padeiro disse ao G1 que foi ele quem invadiu a casa da vítima porque foi alvo de tiros de dois policiais na rua do bairro. A família da menina confirma que, antes da morte, uma pessoa entrou em casa, mas não sabe informar quem é. "Dois policiais chegaram em um carro preto e eu estava conversando com mais dois amigos na frente da casa, quando um deles abriu a porta [do carro] e atirou contra mim. Aí eu me abaixei e o tiro acertou a parede. Corri para dentro de casa, porque não ia ficar do lado de fora para morrer. Foi então que eles atiraram mais duas vezes e um dos tiros acertou a cabeça da criança. Eu estava no quintal nessa hora e vi que o pai da menina abraçou ela e pediu para que socorresse a menina. Aí eles foram embora", descreveu.

De acordo com o coronel Aldemário Xavier, cerca de 100 policiais militares estão na cidade para reforçar a segurança. Ele confirmou que os ataques foram promovidos pela população. Xavier relatou a dificuldade de identificar os suspeitos de praticar a ação porque muitos estavam encapuzados. O secretário de Segurança Pública da Bahia, Maurício Barbosa, está na cidade para avaliar a situação.

Fonte: G1

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